Como Michael transformava roupas em música?

Como Michael transformava roupas em música?

Compartilhe:

No universo de Michael Jackson — um planeta onde jaquetas militares viram armaduras pop e passos de dança desafiam a gravidade — até o som de um zíper ganhava status de trilha sonora pessoal. Era como se ele tivesse ouvido ali, naquele zip-zip rítmico, uma batida secreta que o resto do mundo ignorava. Para ele, o zíper não era só um fecho. Era percussão. Era performance. Era diversão em estado puro.

Quem revela essa pequena joia de bastidor é Michael Bush, estilista e braço direito do Rei do Pop. Segundo ele, Michael não apenas usava roupas — ele as escutava. Amava os tecidos que “cantavam”, os botões que tilintavam e, claro, os zíperes que zumbiam como pequenos sintetizadores de bolso. Em seus momentos de descanso, não era raro encontrá-lo no banco de trás do carro, transformando um simples casaco em um DJ portátil. Zip-zip… zip-zip…

Mas o show não parava por aí. Michael gostava de adicionar uma camada sonora ao seu “mix”: chicletes Bazooka. Quatro de cada vez!

“Michael”, dizia Bush, você parece uma vaca vindo de um galinheiro. Ao que o astro respondia com um sorriso esticado por chiclete e um provocativo:Estou incomodando? — e voltava, triunfante, à sua rotina sinfônica. O irritante se tornava encantador, porque ali estava um homem que via beleza nas pequenas coisas. Um som de zíper era mais do que um som: era uma fuga, uma brincadeira, um respiro criativo.

A graça está justamente aí. Em um mundo onde tantos precisam de palcos gigantes para se divertir, Michael encontrava entretenimento no detalhe, no repetido, no banal. Era como se seu talento para ver magia onde ninguém via não se limitasse à música, mas à vida. Até no banco de trás de um carro, com zíper e chiclete, ele criava um espetáculo íntimo para ninguém além dele mesmo.


Compartilhe: