Michael Jackson: Paternidade em Passos de Dança

Em 1997, o renomado fotógrafo escocês Harry Benson recebeu um convite especial: fotografar Michael Jackson ao lado de seu primogênito, Prince Michael Jackson I. O que parecia ser apenas mais um ensaio fotográfico, revelou-se uma delicada janela para o universo íntimo de um dos artistas mais enigmáticos da história e seu jovem herdeiro. Benson não apenas registrou imagens — ele testemunhou momentos de paternidade que dançavam entre o espelho e o silêncio.

Michael o levou a um estúdio de ensaios. Não era qualquer lugar — era o templo onde o moonwalk havia sido aprimorado, onde passos haviam sido moldados até se tornarem imortais. Diante da parede espelhada, ele confidenciou a Benson que trazia frequentemente o pequeno Prince para vê-lo praticar. “Vamos dançar juntos algum dia”, disse Michael, com aquela mistura de timidez e genialidade que só ele possuía. Benson saiu dali com uma certeza: estava diante de uma nova dupla prestes a nascer.

Enquanto o pai flutuava nos ensaios, o filho observava. Sentado no chão, Prince brincava com um microfone, sem tirar os olhos do movimento encantado de Michael.

Michael, com sua habitual simplicidade genial, virou-se para Benson e disse: “O moonwalk é fácil, Harry. Só faça isso e puxe o seu pé para trás.” Era fácil para ele, claro. Mas Benson, consciente da própria humanidade diante do impossível, não caiu na tentação. “É desnecessário dizer que eu não fui bobo o suficiente para tentar”, escreveu ele. A frase não carrega apenas humor, mas reverência — como se mesmo o gesto mais simples de Michael pertencesse a outro plano.

Hoje, ao revisitar esse momento, fica evidente que Michael não apenas formava um artista — ele construía um legado afetivo. Um legado onde o amor de pai se misturava ao brilho da lenda. E Benson, com sua lente sensível, foi testemunha de algo que jamais será esquecido: o dia em que o Rei do Pop mostrou a seu filho que dançar também é um gesto de amor.