Wanna Be Startin’ Somethin’: a ponte de Michael Jackson para a África

Em 8 de maio de 1983, a incrível Wanna Be Startin’ Somethin’, foi lançada mundialmente como o quarto single do lendário álbum Thriller”. Com seus seis minutos frenéticos a música é certamente um começo apropriado para o álbum de maior sucesso de todos os tempos.

Escrita e composta pelo Rei do Pop enquanto durante as sessões de Off The Wall, MJ inteligentemente, a guardou para Thriller, onde, tanto sonoramente quanto liricamente, se encaixou melhor:

Ouça:

A composição

Conectando as diversas matrizes de sons, é uma música idiossincrática, com a qual Jackson gira e contorce como um acrobata vocal. Em um fragmento sugestivo, ele canta a loucura e a histeria da vida moderna. Desnecessário dizer que a música estava muito distante do usado clichê de uma típica música pop. Enquanto contém a similar energia e abandono de “Don’t Stop ’Til You Ge Enough”, o material provocativo era, notavelmente, território novo — e desafiador — para Jackson.

“É alto de mais para saltar/ É baixo de mais para passar por baixo”, Jackson lamenta no refrão. “Você fica preso no meio/ E a dor é tremenda.” A letra sugere que Jackson está ficando cada vez mais inquieto e ansioso com o mundo, o senso de isolação e claustrofobia dele e a incapacidade de encontrar um jeito de sair.

Aproximadamente na marca 4:30 na música, no entanto, Jackson começa a se libertar do aprisionamento, alcançando uma liberdade temporária, pelo menos, através da descomunal energia da música.

“Jackson, aparentemente, convoca os deuses”, observa Mark Anthony Neal, “apresentando um sermão espetáculo, digno dos maiores pregadores negros (‘Levante sua cabeça e grite para o mundo/Eu sei que eu sou alguém e deixe a verdade desabrochar/Ninguém pode ferir você agora, porque você sabe qual é a verdade/ Sim, eu acredito em mim, então, acredite em você’).

A música aumenta quando Jackson grita (literalmente sem fôlego) ‘ajude-me a cantar’, neste ponto, o lendário backing group os Waters (Julia, Maxine e Oren) gritam ritmicamente, ‘ma ma se, ma ma sa, ma ma coo sa’

Jackson ad-libs por trás dos Waters, quando, de repente, o fundo despenca e os ouvintes são deixados com Jackson (iminente orgasmo), o ainda frenético Waters, uma pontuada linha de seção de instrumentos de sopro (incluindo o veterano trompetista de estúdio, Jerry Hey), um ritmo de palmas digno da tradição Ring Shout.

Orgulho negro

O culminante canto Swahili, emprestado do saxofonista camaronense, Manu Dibango, deu à música um sabor transcontinental, enquanto, também, demonstra orgulho nas raízes africanas de Jackson (e da música). “Há os… momentos em que a maioria dos ouvintes casuais da música de Jackson continua a perder”, continua Neal.

“Para aqueles que leem as características faciais sempre mudando de Jackson como autodesprezo racial, ‘Wanna Be Startin’ Somethin’’ é uma silenciosa réplica de Jackson, quando ele evoca os Orixás de uma forma jamais experimentada na música popular americana.”

Um dos setes Top Ten singles de Thriller,Wanna Be Startin’ Somethin’” alcançou o #5 na Billboard Hot 100 em 1983. Jackson apresentou a música em todas as turnês — sempre como líder — depois da Victory Tour, em 1984. Ela continua sendo uma das canções mais populares e criticamente aclamadas do Rei da música Pop.’’

Texto retirado do livro “Homem na Música — A Vida Criativa de Michael Jackson”, de Joseph Vogel.

No vídeo, Michael Jackson apresenta Wanna Be Startin ‘Somethin’ na frente de 50.000 espectadores no Estádio Parken em Copenhagen, Dinamarca durante o show da Dangerous Tour.

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