Can You Feel It: o triunfo de Michael Jackson

No final de 1980, Michael Jackson teve a ideia de fazer um curta-metragem para Can You Feel It. Ele entrou em contato com os estúdios de Robert Abel, cujo trabalho admirava, acreditando que suas inovações tecnológicas e visuais eram tão impressionantes quanto as de Walt Disney em sua época.

O curta foi escrito em tempo real, conforme Michael Jackson e as ideias de sua equipe criativa tomavam forma. Michael Gibson, o diretor artístico, inspirou-se no mundo gráfico que criou em seu comercial de 1978 para o perfume “Man and Woman” de Jovan.

O curta deveria conter muitos efeitos visuais e mostrar o amor dos irmãos Jackson pelo mundo e todas as raças.

Michael Gibson, John Grower (na época um jovem diretor técnico) e o cinegrafista Pat Kenly formaram o núcleo criativo e técnico do projeto intitulado The Triumph — Can You Feel It. Os três colegas, então com 20 anos, trabalharam sete dias por semana durante quase nove meses. Michael Jackson os visitava regularmente para assistir às filmagens e expressar suas idéias.

A equipe havia se enfurnado no Zoetrope Studios em Hollywood, que na época pertencia a Francis Ford Coppola. De dia, era o local de um comercial da Levi’s chamado Working Man. À noite, o mesmo estúdio e equipamento foram usados ​​para The Triumph.

As filmagens duraram vários meses. Uma disputa financeira surgiu quando Michael confrontou sua gravadora: a CBS queria algo comercial, enquanto Michael defendia uma abordagem mais abstrata e espiritual. Como resultado dessa discordância, a gravadora se recusou a financiar as filmagens, e Michael teve que usar suas economias para cobrir o orçamento. Logo mudanças significativas ocorreriam.

A cena final foi a que mais mudou. Numa sexta-feira à noite, quando as filmagens estavam prestes a terminar, Gibson e Gower encontraram um bilhete de Robert Abel dizendo que Michael Jackson queria mudar o final. Novos storyboards foram criados na segunda-feira. Exaustos de nove meses de trabalho intenso, os dois jovens desabaram: o diretor artístico se demitiu, cortando por muito tempo os laços com Robert Abel. Apesar dessas diferenças, seu nome foi mantido nos créditos.

Inspirado por The Outer Limits, Michael queria incluir comediantes no final, especialmente o ator ítalo-americano Iron Eyes Cody, que na época era famoso por uma campanha antipoluição na qual retratava um nativo americano derramando uma lágrima pela devastação que o homem causou sobre seu ambiente.

Quando a versão final finalmente saiu, Michael Jackson decidiu promovê-la. A MTV ainda estava engatinhando e outros canais de televisão não estavam acostumados a veicular esse tipo de conteúdo. Então ele se voltou para seu amigo de longa data, Dick Clark, e pediu-lhe que transmitisse The Triumph em seu programa da ABC, American Bandstand. O apresentador estava cético, mas se permitiu ser persuadido e concordou em exibir o curta-metragem completo no programa de 19 de setembro de 1981.

Na época, os Jacksons estavam chegando ao fim de sua turnê americana do Triumph. Depois de aparecer mais tarde na MTV e em outros canais de música, o vídeo foi finalmente lançado para venda na Vision, um DVD que foi lançado postumamente em 2010.

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