Michael Jackson e a ética da Inteligência Artificial

Face de Michael Jackson como robô

A morte prematura de Michael Jackson em 2009 deixou uma lacuna na indústria musical e nos corações de milhões de fãs em todo o mundo. Com avanços recentes na tecnologia de inteligência artificial (IA), surgiu a possibilidade de copiar e recriar sua voz. Neste artigo, exploraremos os prós e contras de copiar a voz de Michael Jackson através da IA.

Uma das principais vantagens é a capacidade de preservar seu legado musical e permitir que novas gerações desfrutem de sua música. Em muitos casos, complementando músicas não terminadas que possuem letras terminadas, porém não foram gravadas posteriormente, como o caso de In The Back que seria lançado no álbum Blood On The Dance Floor (1997) e Fall Again (1999) inicialmente planejada para o álbum Invincible (2001).

Através da IA, suas canções – com um minucioso tratamento – podem ser recriadas com a mesma qualidade vocal, mantendo viva a essência de sua arte.

Além disso, a cópia da voz de Michael Jackson pela IA pode abrir novas possibilidades para a criação de músicas inéditas. Com base em trechos de suas performances e gravações existentes, a IA poderia imitar com precisão seu estilo vocal e criar novas músicas com base nessa imitação.

No entanto, existem desvantagens significativas a serem consideradas. Infelizmente os fãs já passaram pela tentativa frustrada do Espólio de Michael Jackson tentar empurrar faixas falsas anteriormente, no álbum Michael, lançado em 2010: Monster, Keep Your Head Up e Breaking News (apelidada de “Faking News”).

Foi em 2014 que uma fã de Michael Jackson entrou com uma ação judicial contra a Sony Music e o Espólio de Michael Jackson, alegando que as músicas eram falsas. O caso foi arquivado em 2016, mas a polêmica continua até hoje.

Em 2018, a Sony Music lançou uma nova versão do álbum Michael, sem as três músicas controversas. No entanto, o caso ainda não está resolvido e é possível que as músicas sejam removidas permanentemente do catálogo de Michael Jackson.

A polêmica das três músicas falsas levanta uma série de questões éticas sobre o uso de inteligência artificial para replicar a voz de pessoas mortas. Uns acreditam que é desrespeitoso e enganoso usar a voz de alguém sem seu consentimento. Outros acreditam que é uma forma de preservar o legado de uma pessoa e continuar a criar arte.

A falta de autenticidade é uma preocupação, transformando o artista em uma mera criação artificial, desvalorizando sua contribuição artística e diminuindo a experiência para os fãs.

Em resumo, copiar a voz de Michael Jackson através da IA após sua morte prematura tem vantagens, como preservar seu legado e criar novas músicas. No entanto, também há desvantagens, como falta de autenticidade e questões éticas e legais. É essencial ponderar cuidadosamente os prós e contras e respeitar o legado do artista.

A música abaixo foi originalmente lançada em 1972, durante a infância/adolescência de Michael Jackson, no entanto, fãs adaptaram-na através de Inteligência Artificial para uma voz que se assemelha ao tom dos anos 1980.

Esse é um dos inúmeros testes encontrados na rede. É possível encontrar Inteligência Artificial replicando a voz de Michael Jackson em músicas de Madonna e The Weeknd.

E você? É contra ou a favor do uso de Inteligência Artificial para criar novas músicas?

Quem deveria ter a palavra final se isso fosse uma realidade? Espólio ou Família?

por Richard Mendelsohn

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