Michael Jackson e os ‘4 discos brasileiros’

Na década de 80, a Michael Mania bateu fundo no Brasil no comecinho dos anos 1980. A vida do Rei do Pop era acompanhada por todas as revistas (da Manchete à Contigo). Reportagens sobre ele apareciam em programas de música e até mesmo no Jornal Nacional.

O desenho animado da série Jackson 5 (exibido originalmente entre 1971 e 1972 pela emissora americana ABC, com Michael e seus irmãos) voltou a passar na Rede Manchete. Os clipes de Beat it, Billie Jean e Thriller apareceram no Fantástico, e de uma hora para a outra, todo mundo descobriu que amava Michael Jackson. E como efeito imediato, quem tinha direito de lançar um ou outro fonograma do cantor, não perdeu tempo.

Daí, recordando a época em que ninguém tinha mesmo dúvida de que Michael era rei seguem aí quatro discos extras que os fãs do cantor de Beat it podiam encontrar nas lojas quase ao mesmo tempo em que viam os clipes dele na TV como “lançamento! acabou de sair!”.

“16 ORIGINAL GREATEST HITS WITH THE JACKSON 5” (Soma/Som Livre, 1984)

O conceito foi adaptado de uma coletânea lançada naquele mesmo ano pela Motown, em picture disc, que na capa trazia Michael em diferentes fases da vida (mas tinha ordem de faixas diferentes e duas músicas a menos). O repertório unia músicas de Michael e do Jackson 5, entre baladas como Ben e pérolas dançantes como Going back to Indiana. Valia bastante pela seleção de faixas e pela capa da edição nacional.

“MUSIC AND ME” (Motown/RCA, 1984)

Coisa típica do mercado de discos no Brasil nos anos 1980: em algum momento, alguma gravadora iria lançar uma coletânea de determinado artista (nacional ou internacional) com alguma foto recente que não correspondia à fase compreendida pelo disco. Ou com algum desenho de gosto duvidoso representando o artista. No caso desse disco, sobrou para Michael — retratado com um queixo disforme — a segunda opção.

O repertório não era tão diferente assim do da coletânea da Som Livre.

Nota: se você está estranhando a nota “gravações originais” na capa, é porque não sabe do que as gravadoras brasileiras já foram capazes…

“THE JACKSONS LIVE” (Opus Columbia, primeira edição brasileira em 1983)

Esse disco ao vivo dos Jacksons lançado originalmente em 1981 sempre esteve longe de ser uma enganação. E tem real valor histórico, já que se trata do souvenir da última turnê do grupo, ainda com Michael na formação, antes do sucesso de Thriller. No Brasil, foi lançado e relançado como caça-níqueis em praticamente todas as vezes que o mano mais ilustre da família Jackson virou assunto de mesa de bar: sucesso nos anos 1980, vinda ao Brasil em 1993, volta em 2001 com disco novo, processos explorados pela imprensa. Mas vale ouvir, de verdade.

“THRILLER” PIRATA (Continental, 1984)

O caso chegou até ao Jornal Nacional na época: em 1984, numa busca nas lojas, acharam várias cópias do disco Thriller, piratas, fabricadas pela Gravações Elétricas S/A (mais conhecida como Discos Continental), a um preço bem inferior ao dos LPs da CBS, nome pelo qual atendia a Sony Music nos anos 1980. Uma loja de discos foi citada como autora da “encomenda” dos discos piratas — e o dono alegou que documentação dele foi usada indevidamente. A gravadora confessou o erro e prometeu entregar a matriz usada para prensar os discos à polícia. Seja como for, um doce pra quem achar uma dessas cópias rodando por aí, já que o material aparentemente foi recolhido e destruído.

por Ricardo Schott, Pop Fantasma

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