Nova York, 1997 – A Sony Music decidiu adotar uma abordagem de baixo risco para o videoclipe de “Blood on the Dance Floor“, do icônico Michael Jackson. Em vez do investimento robusto feito no álbum “HIStory” dois anos antes, a gravadora alocou um orçamento mais restrito para a produção do vídeo, com o objetivo de reduzir os riscos comerciais associados à promoção do álbum de remixes.

Vincent Paterson retorna à direção

Para comandar o projeto, Michael Jackson convocou Vincent Paterson, colaborador de longa data. Paterson, que já havia trabalhado com Jackson no icônico show do intervalo do Super Bowl de 1993.

Um roteiro cheio de personagens

O roteiro idealizado por Paterson transportava Jackson para um clube vibrante repleto de personagens únicos, cada um com sua própria história e estilo de dança. A personagem Susie, mencionada na letra da música, foi transformada na rainha da pista, interpretada pela talentosa dançarina Sybil Azur, com quem Paterson já havia colaborado em projetos anteriores.

Reciclagem criativa e ajustes na agenda

Com um orçamento apertado e prazos implacáveis, Paterson recorreu à reciclagem de ideias de um projeto anterior para “Jam”, incorporando as escadas em espiral que não pôde utilizar na ocasião. As sessões de ensaio, no entanto, sofreram com as ausências frequentes de Jackson, obrigando Paterson a adaptar o roteiro.

Nos bastidores, MJ demonstrava insatisfação com a divulgação de um álbum de remixes, sentindo que era um desrespeito modificar suas músicas originais. No entanto, essa era uma decisão imposta pela sua gravadora, a Sony Music, que acreditava que a estratégia era comercialmente viável.

Danças contam histórias

As rotinas de dança, influenciadas pela salsa, foram se desenvolvendo à medida que Jackson e Azur ensaiavam juntos. As sessões variavam entre momentos de trabalho intenso e descontração, criando um ambiente propício à criatividade.

Filmagens em Los Angeles

As filmagens aconteceram em Los Angeles, sob a direção de fotografia de Conrad Hall, que criou uma iluminação colorida, mas discreta, para dar ao vídeo a atmosfera desejada. Paterson escreveu diversas cenas, alternando entre danças em grupo e performances solo de Jackson. Além das imagens capturadas por Hall, Paterson utilizou uma câmera super-8 emprestada para capturar ângulos adicionais.

Visões divergentes

Paterson buscava uma estética saturada e sincopada a dar ao vídeo a sensação sombria e melancólica que combinava com a música. A Sony Music, no entanto, rejeitou essa versão, preferindo uma estética mais limpa e clássica. Diante disso, Paterson finalizou o vídeo com base nas imagens de Hall, que foi aprovado pela gravadora.

Assista a versão original do clipe Blood on the Dance Floor

Segundo ato com Wyclef Jean

Com o sucesso da primeira versão, a Sony Music encomendou um segundo videoclipe para “Blood on the Dance Floor”, desta vez com um remix de Wyclef Jean como trilha sonora. Paterson, novamente à frente da direção, explorou uma estética diferente, mais condizente com o remix e a visão da gravadora.

Um retrato da dinâmica criativa

A produção do videoclipe de “Blood on the Dance Floor” oferece um vislumbre da dinâmica criativa entre Michael Jackson e seus colaboradores. Apesar dos desafios impostos pelo orçamento modesto e pelas mudanças na agenda do cantor, a equipe talentosa liderada por Paterson conseguiu criar um vídeo memorável que captura a essência da música e do estilo único de Jackson.

2 Comments

  1. Este cara nunca vai morrer pelo menos para mim ele sempre será meu ídolo porque eu amo ele e assim será

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