A influência de Brown, especialmente em sua música “Blues and Pants”, é palpável no ritmo incisivo da faixa. Riley confessou que queria trazer “a sombra da grandeza” do som de James Brown para a produção, uma homenagem ao Padrinho do Soul que ele conseguiu com maestria. Utilizando sintetizadores e samplers, Riley construiu uma base instrumental que, desde o primeiro momento, transporta o ouvinte para o olho de um furacão musical.
A introdução de “Can’t Let Her Get Away” é arrebatadora, como uma tempestade prestes a explodir. Em poucos segundos, batidas de bateria vigorosas, reminiscentes do início de “Sex Machine”, de James Brown, entram em cena, criando a espinha dorsal da faixa. Riley, como um alquimista sonoro, juntou todas essas influências, trazendo um frescor ao som de Michael que o levou ainda mais longe em sua jornada musical.
Rei do Rap?
O que torna essa faixa ainda mais especial é o fato de que, pela primeira vez, Michael Jackson experimentou o rap. Durante as gravações de Bad, o hip-hop ainda era um terreno inexplorado para ele, mas com Dangerous, Michael finalmente mergulhou nesse universo. Em “Can’t Let Her Get Away”, sua entrega no rap é única: fragmentada, como se sua voz estivesse sendo cortada e remixada ao ritmo da batida.
A versão estendida da faixa, vazada em 2018, revelou ainda mais dessa faceta inédita de Michael: