Michael Jackson e a Sinfonia da Criação

Existe uma força misteriosa que parece guiar certas almas através dos tempos, escolhendo-as para missões transcendentais.

Da mesma forma que Michelangelo foi escolhido para transformar pedra em espírito ou Muhammad Ali para transformar o esporte em arte, Michael Jackson acreditava que ele havia sido escolhido por Deus para ser o canal da música e da dança.

Não se tratava apenas de fama ou fortuna, mas de algo muito maior, algo divino. Jackson, com sua sensibilidade única, acreditava que sua arte era uma ponte entre o material e o espiritual, o humano e o divino, e ele estava completamente comprometido em cumprir essa missão.

Para Michael, a arte não era um mero entretenimento; era uma conexão sagrada.

Ele via a música como a expressão mais pura da criação, como o som primordial que moldou o universo. Acreditava que em cada nota, em cada batida, estava presente o pulsar da vida, a respiração divina que animava não apenas os seres humanos, mas toda a existência. “A música das esferas”, um conceito que remonta aos filósofos antigos, fazia sentido literal para Michael.

Ele sentia que o mundo era uma gigantesca sinfonia, e que sua missão era interpretar essa melodia cósmica através de sua arte.

Em uma entrevista de 1992 para a Ebony Magazine, Michael Jackson refletiu sobre a profundidade dessa conexão. Ele revelou que se via como um instrumento através do qual a música fluía, e que o som, em sua forma mais pura, era a essência da criação.

Sua música, disse ele, não era apenas sobre acordes ou melodias, mas sobre a própria energia vital que governa as estações, os batimentos cardíacos e os ciclos da natureza. Era uma dança universal, uma harmonia eterna que unia todas as formas de vida em uma coreografia cósmica.

Michael Jackson vivia e respirava música de uma maneira que poucos conseguem entender. Para ele, a criação artística era um êxtase divino, uma experiência de união espiritual que transcendia o material.

Ele não apenas tocava corações com suas canções; ele queria elevar almas, guiando-as para uma experiência mais profunda do que significa estar vivo. Seu propósito, como ele descreveu, era compartilhar com o mundo a bem-aventurança dessa união divina que ele experimentava através de sua arte.

E é nesse ponto que Michael Jackson se separa de outros artistas. Ele não via sua fama ou seu talento como um fim em si mesmos, mas como meios para um fim maior. Sua dança, seus videoclipes, suas canções eram orações, atos de devoção.

Ele era um canal entre o céu e a terra, e sua missão era simples, mas monumental: trazer ao mundo a música que unisse todos em um só ritmo, o ritmo da vida, o ritmo divino.

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