O capítulo da biografia de Lisa Marie Presley que aborda sua relação com Michael Jackson apresenta uma narrativa que, em muitos momentos, prejudica a memória do Rei do Pop. Embora haja alguns pontos positivos destacados, a forma como Lisa Marie descreve certos aspectos de Michael acaba reforçando estereótipos e alimentando narrativas sensacionalistas que os tabloides exploraram por décadas.
Um dos problemas é como Lisa descreve a habilidade de Michael em cativar as pessoas. Essa característica natural de Michael, que desejava genuinamente se conectar e ser compreendido, foi inicialmente confundida por Lisa como manipulação. Essa confusão reflete uma imagem equivocada de Michael, que a mídia prontamente distorceu para reforçar uma visão negativa. Em vez de esclarecer o verdadeiro caráter de Michael, Lisa acaba perpetuando a visão errônea de que ele era controlador, uma narrativa que só favorece os tabloides que sempre tentaram destruir sua imagem.
Outro ponto decepcionante é como a relação entre Michael e Lisa é frequentemente apresentada com foco nas dificuldades e atritos, enquanto os momentos felizes e genuínos são minimizados. A mídia sensacionalista sempre fabricou rumores para vender manchetes, e muitos aspectos da vida de Michael foram exagerados ou distorcidos. Em vez de combater essas narrativas, Lisa muitas vezes parece validá-las, reforçando estigmas em vez de oferecer uma perspectiva verdadeira e equilibrada.
Riley Keough, filha de Lisa, relembra como Michael era carinhoso e atencioso, proporcionando uma experiência familiar positiva. Este relato é uma das poucas vozes no livro que desafia a narrativa negativa da mídia. Michael não era a figura excêntrica e manipuladora que tantos tabloides pintaram; ele era presente, amável e dedicado àqueles que amava. Ao não enfatizar isso de forma clara, o livro desperdiça a chance de restaurar a verdade sobre Michael e, ao invés disso, alinha-se às histórias sensacionalistas que o prejudicaram por tantos anos.
O suporte emocional que Michael ofereceu a Lisa Marie também é tratado de maneira superficial. A conexão entre eles não era apenas romântica, mas também espiritual e emocional, proporcionando crescimento pessoal para ambos. No entanto, o livro de Lisa falha em destacar adequadamente o papel positivo de Michael em sua vida, preferindo focar nas dificuldades e assim contribuindo para a narrativa promovida pela mídia. Isso é um desserviço à memória de Michael Jackson e aos fãs que conhecem a verdadeira natureza e humanidade do artista.
Em vez de apresentar uma visão justa e honesta sobre quem realmente foi Michael Jackson, o capítulo acaba alimentando as mentiras que os tabloides sempre venderam. A comunidade de fãs esperava que Lisa Marie pudesse trazer uma perspectiva que ajudasse a desfazer as inúmeras falsas acusações e rumores que cercaram Michael. Infelizmente, muitos dos termos e descrições usados por ela apenas reforçam o que a mídia já explorou de maneira cruel e injusta. Michael Jackson merecia um relato que mostrasse sua verdadeira essência, e não mais um capítulo que servisse aos interesses dos tabloides. A verdade pode ser ofuscada por mentiras momentâneas, mas sempre encontrará seu caminho para prevalecer, e é essa verdade que Michael Jackson merece que seja contada.