Em 4 de dezembro de 1995, as cortinas do icônico Beacon Theatre, em Nova York, estavam prestes a revelar um espetáculo que prometia ser um marco na carreira de Michael Jackson. “One Night Only” seria diferente de tudo o que o mundo já tinha visto: um show intimista, repleto de versões acústicas de seus maiores sucessos e uma performance que incluiria a participação especial do lendário mímico francês Marcel Marceau em “Childhood“.
.
Para Michael, essa seria a oportunidade de mostrar sua alma de forma crua, despida do espetáculo grandioso que costumava acompanhá-lo. Para o público, seria um presente de Natal inesquecível, transmitido ao vivo pela HBO para uma audiência global estimada em 250 milhões de pessoas.
Os anúncios do especial eram onipresentes. A HBO sabia que tinha em mãos não apenas um artista, mas um fenômeno cultural que garantira recordes de audiência três anos antes com sua apresentação épica em Bucareste. Agora, a expectativa era ainda maior. O mundo queria ver Michael em um formato intimista, mais próximo, um contraste marcante com a magnitude da HIStory World Tour que estava por vir. No entanto, o que parecia ser um conto de fadas prestes a acontecer, rapidamente se transformou em um pesadelo.
Na noite de 6 de dezembro, durante os ensaios finais, Michael colapsou no palco enquanto ensaiava “Black or White”. O Beacon Theatre, que há pouco tempo vibrava com a energia dos preparativos, mergulhou em um silêncio de pavor. A primeira informação que circulou foi devastadora: ele não estava respirando.
Minutos depois, os paramédicos chegaram e encontraram o astro semi-consciente, com a pressão arterial perigosamente baixa. No hospital Beth Israel North, os médicos confirmaram que sua vida não corria risco, mas o diagnóstico era claro: exaustão extrema. Michael havia ignorado os alertas de sua equipe e dançarinos, ensaiando incansavelmente, como sempre fazia em sua busca pela perfeição.
Mas o impacto foi além da saúde de Michael. Há quem diga que o cancelamento de “One Night Only” plantou uma semente de ressentimento na HBO. Décadas depois, essa teoria ganhou força quando a emissora produziu e promoveu um documentário acusatório contra Jackson, marcado por polêmicas e inconsistências. Para muitos, esse projeto de 2019, descrito como um “mocumentário”, parecia mais uma vingança velada do que uma obra imparcial.
Hoje, olhando para trás, é impossível não se perguntar: e se o show tivesse acontecido? Confira a setlist:
– Jam
– Wanna be Startin’ Somethin’
– Medley “Jackson 5”
– Stranger In Moscow
– Thriller
– Beat It
– Billie Jean
– Smooth Criminal
– Smile
– Earth Song
– Medley “Off The Wall”
– I Just Can’t Stop Loving You
– The Way You Make Me Feel / Bad
– Black Or White
– You Are Not Alone
– Dangerous
– Heal The World
– Man In The Mirror
– Childhood
