Michael Jackson, o Rei do Pop, não apenas revolucionou a música e a dança, mas também nutriu uma paixão profunda e arrebatadora pelo cinema.
Desde colecionar itens de Os Três Patetas e Shirley Temple até estudar a genialidade de Charlie Chaplin, Jackson se revelou um cinéfilo devoto. Em seu refúgio em Neverland, ele construiu um cinema privado, um santuário onde se entregava ao fascínio da sétima arte. Em sua autobiografia, Moonwalk, ele confessou: “Eu… amo estar na frente de uma câmera de 35 mm; algum dia logo eu pretendo dedicar muito do meu tempo para fazer filmes.”
Essa paixão não ficou apenas no campo da admiração. Michael Jackson estrelou e participou de várias produções memoráveis, como The Wiz, onde deu vida ao Espantalho; o curta Captain EO, dirigido por Francis Ford Coppola; e o icônico musical Moonwalker. Ele até fez uma aparição em Homens de Preto II. Apesar disso, sua carreira cinematográfica nunca atingiu o potencial que ele vislumbrava. Projetos promissores foram engavetados, e sua ambição de dominar as telas nunca se concretizou plenamente.
Entre os papéis que poderiam ter mudado sua trajetória no cinema, um dos mais notáveis foi o de Peter Pan, em um projeto planejado para ser dirigido por Steven Spielberg. Na época, o nome de Jackson era sinônimo de magia, enquanto Spielberg estava no auge de sua carreira. Juntos, pareciam a combinação perfeita para reimaginar o clássico literário. No entanto, questões relacionadas aos direitos autorais e desacordos financeiros transformaram esse sonho em um dos grandes “e se” de Hollywood.
Outro projeto fascinante foi The Nightmares of Edgar Allan Poe. Aqui, Jackson seria mais do que um ator; ele encarnaria o mestre do horror literário em uma trama que explorava os últimos dias de Poe. Apesar de sua dedicação, incluindo aulas de atuação com Marlon Brando, o filme nunca saiu do papel.
O terceiro grande sonho não realizado foi The Way of the Unicorn. Uma animação de alto orçamento onde Jackson emprestaria sua voz a um marinheiro órfão em uma jornada épica para salvar o planeta. Embora prometesse ser um projeto ambicioso, repleto de mensagens ambientais e música envolvente, o filme ficou pelo caminho, assim como muitas de suas ideias cinematográficas.
Michael Jackson era um visionário que queria transformar sua paixão pelo cinema em legado. No entanto, sua vida conturbada, a pressão do estrelato e os obstáculos financeiros e legais limitaram seus passos na indústria cinematográfica.
Ainda assim, ele deixou um vislumbre do que poderia ter sido, provando que, mesmo nos papéis não realizados, seu talento e magnetismo eram inegáveis. Ele pode não ter conquistado Hollywood como sonhou, mas para os que o admiravam, sua vida foi, por si só, um espetáculo digno das telas.