A Missão Quase Impossível de assistir até o fim: A participação de Michael Jackson no filme ''Miss Cast Away'' | A participacao de Michael Jackson no filme Miss Cast Away

A Missão Quase Impossível de assistir até o fim: A participação de Michael Jackson no filme ”Miss Cast Away”

Tem coisas na vida que a gente só assiste por causa de Michael Jackson. E Missão Quase Impossível é o exemplo mais claro disso. Um filme que tem tudo para ser esquecido em algum porão da cultura pop, mas que, graças a uma aparição relâmpago do Rei do Pop, se transforma num marco involuntário da nossa curiosidade jacksoniana.

Sim, estamos falando de um filme com dinossauro porco, avião caindo, concurso de beleza e o Vaticano envolvido numa missão arqueológica. Um roteiro que parece ter sido escrito durante um cochilo de cinco minutos. Mas mesmo nesse caos cinematográfico, Michael Jackson entra em cena como se viesse de outro universo. E, de certa forma, ele veio mesmo.

Durante 15 gloriosos segundos, tudo muda. A tela ganha presença, carisma, ritmo. É como se o filme tivesse sido criado só para que aquele momento existisse. A entrada de MJ, interpretando o misterioso agente MJ, não tem explicação lógica dentro do enredo – mas, sinceramente, quem precisa de lógica quando se tem Michael?

Seu visual, seus movimentos, sua aura… tudo nele grita estrela. Mesmo cercado por efeitos toscos, falas absurdas e personagens que parecem saídos de um show de talentos de quinta categoria, Michael consegue manter uma dignidade artística que nenhum outro no elenco chegou perto de alcançar.

A trama do filme é quase um labirinto sem saída. O Vaticano encontra a Arca de Noé numa ilha deserta. Um dinossauro com cara de porco aparece. O Papa manda um agente secreto para se infiltrar num avião cheio de modelos que participam do concurso Miss Galáxia. O avião cai justamente na ilha do dinossauro. Sim, é isso mesmo.

Mas quando Michael aparece, por um breve momento, tudo isso some. A atenção do espectador é sugada para ele, como sempre foi. Ele não precisa falar muito, nem dançar. Ele apenas está lá — e isso basta para elevar o nível do filme.

É impossível não sentir uma ponta de orgulho e, ao mesmo tempo, uma leve frustração. Orgulho porque até mesmo numa produção de baixo orçamento, Michael se impõe com naturalidade. Frustração porque, bom… são só 15 segundos. E depois que ele sai de cena, o que resta é um filme perdido, tropeçando em sua própria loucura.

O restante da obra é o que se pode esperar de um típico “filme B”: piadas sem graça, atuações forçadas e efeitos que parecem feitos no Paint. Mas quem liga pra isso, quando o Rei do Pop deixou ali sua assinatura, mesmo que por poucos instantes?

É engraçado pensar que, com uma carreira tão grandiosa, com videoclipes cinematográficos como Thriller, Smooth Criminal e Ghosts, Michael também deixou sua marca nesse filme esquecível. E, paradoxalmente, é exatamente ele quem o torna inesquecível para os fãs.