Mark Geragos entrou para o círculo de defesa de Michael Jackson em 2003 com pose de estrela. Famoso por defender celebridades como Winona Ryder e Chris Brown, foi anunciado como o nome que colocaria ordem na batalha judicial que se iniciava após as acusações lideradas pelo promotor Tom Sneddon. Mas, em poucos meses, de advogado ele virou problema — e logo depois, testemunha de defesa sob constrangimento.
👨⚖️ A chegada de Geragos
Em novembro de 2003, após a operação policial em Neverland e a prisão de Michael, Geragos foi anunciado como principal advogado de defesa do cantor. A presença dele em coletivas de imprensa era constante. Em algumas falas, chegou a prometer que Jackson seria inocentado “com provas claras” e tratava a mídia como aliada — ao menos, por enquanto.
🔍 A cilada do investigador particular
O que não se sabia nos bastidores era que Geragos havia contratado o detetive particular Bradley Miller, responsável por investigar a família Arvizo. Isso gerou um efeito colateral catastrófico: Tom Sneddon descobriu o vínculo e passou a investigar a própria equipe de defesa. Começou, ali, a guerra dentro da guerra — com o time de Michael virando alvo.
O escritório de Miller foi invadido pela promotoria, e fitas de gravações de conversas com a mãe dos acusadores foram apreendidas. O juiz Melville permitiu a entrada de boa parte desse material no caso, e a partir daí o nome de Geragos se tornou um risco à própria estratégia de defesa.
🧨 Substituído discretamente
Com a tensão crescendo, Michael Jackson, em conjunto com seus conselheiros e familiares, decidiu fazer uma mudança crucial: Geragos foi substituído por Thomas Mesereau, um advogado técnico, discreto e estratégico. Oficialmente, Geragos dizia que sairia por “conflito de agendas”, já que defendia outro cliente famoso (Scott Peterson). Na prática, sua saída era inevitável: ele tinha virado alvo de Sneddon, e sua presença desviava o foco do caso.
🤐 Retorna como testemunha — e constrangido
No julgamento de 2005, Geragos foi convocado como testemunha da defesa, e seu depoimento foi um dos mais desconfortáveis do processo. Questionado sobre o uso do detetive Bradley Miller, ele teve que se explicar ao júri. Disse que não contratou Miller para intimidar ninguém, e sim para “investigar possíveis mentiras da acusação”. Apesar disso, o dano já estava feito: sua atuação deu munição para a promotoria levantar dúvidas sobre as intenções da equipe de defesa.
📌 Por que isso importa agora?
Em 2025, Mark Geragos volta aos holofotes — agora como advogado de Frank Cascio, acusado pelo Espólio de Michael Jackson de tentativa de extorsão. A escolha de Geragos soa mais como um movimento midiático do que uma estratégia jurídica real. Para os fãs, soa como ironia: o advogado que quase virou réu na época do julgamento agora representa alguém acusado de chantagear o Espólio que administra o legado de Michael.
É uma escolha que fala por si. E reforça a ideia de que Frank Cascio, além de endividado, está cercado de péssimos conselhos.