O anúncio do novo livro de memórias de Priscilla Presley, Softly, As I Leave You: Life After Elvis (lançamento previsto para setembro de 2025), despertou curiosidade imediata — mas também preocupação entre fãs de Michael Jackson e até mesmo de Elvis. Isso porque, segundo uma prévia publicada pela Booklist, Priscilla dedica parte da obra a falar sobre o relacionamento de sua filha, Lisa Marie Presley, com o Rei do Pop, incluindo acusações de que ele teria explorado Lisa Marie.
Não é a primeira vez que Michael Jackson surge como personagem secundário em memórias de terceiros — e, infelizmente, muitas dessas menções acabam repetindo argumentos e insinuações que a mídia sensacionalista construiu ao longo de décadas.
O que o livro promete — e o que já sabemos

A sinopse oficial divulgada pela Amazon pinta um retrato emotivo da trajetória de Priscilla após o divórcio de Elvis: reconstrução pessoal, maternidade, carreira e luto. Nada no material promocional menciona Michael Jackson.
Mas a prévia da Booklist revela outro tom: Priscilla é “especialmente vocal” ao falar de MJ, acusando-o de explorar Lisa Marie e mencionando boatos, disputas familiares e até um suposto interesse excessivo pelo legado de Elvis.
Uma narrativa antiga
As declarações de Priscilla sobre Michael não são novidade. Entrevistas antigas mostram que ela nunca foi entusiasta do relacionamento da filha com ele. Preocupada com as ausências de MJ e com a pressão da mídia, chegou a afirmar que temia que o casamento fosse uma estratégia para se aproximar do nome Presley.
Relatos também indicam que, no tributo a Elvis em 1994, ela se incomodou ao ver que Michael recebia mais atenção do público — algo que contrastava com o esforço dele para evitar exposição naquele momento.
O contraste com o livro de Lisa Marie
O tom de Priscilla ganha ainda mais peso quando comparado ao livro póstumo de Lisa Marie Presley (From Here to the Great Unknown, finalizado por Riley Keough).
Embora o capítulo “Mimi” também traga críticas e tensões da relação, há momentos de afeto genuíno, lembranças familiares e detalhes íntimos que mostram Michael como um homem presente, carinhoso e protetor.
Já em Softly, As I Leave You, as primeiras impressões indicam ausência dessa contrapartida positiva — algo que, no mínimo, levanta questionamentos sobre equilíbrio e imparcialidade.
Impacto na memória de Michael Jackson
O problema central é que Michael Jackson não está mais aqui para se defender. Quando memórias públicas priorizam insinuações ou interpretações pessoais sem contraponto, o efeito é cristalizar percepções potencialmente distorcidas.
Assim como ocorreu com o livro de Lisa Marie, a escolha de destacar o lado polêmico pode reforçar estereótipos que a mídia alimentou por anos, em vez de contribuir para uma compreensão mais honesta e completa de quem ele realmente foi.
Entre memória e marketing
É impossível ignorar o contexto comercial. Trechos controversos sobre Michael Jackson inevitavelmente geram repercussão, mídia espontânea e, consequentemente, vendas. A ausência desses pontos no material promocional sugere que o impacto virá justamente das revelações “não-anunciadas” — uma estratégia que já vimos antes na indústria editorial.
Conclusão
O livro de Priscilla Presley ainda não foi lançado, e só a leitura completa permitirá avaliar a profundidade (ou superficialidade) de suas afirmações sobre Michael Jackson. Mas o histórico, as declarações passadas e a prévia divulgada apontam para mais uma obra que pode se alinhar à narrativa midiática que há décadas tenta reduzir a complexidade e humanidade do Rei do Pop.
Na MJ Beats, acompanharemos o lançamento de Softly, As I Leave You de perto — não apenas para analisar o que Priscilla diz, mas para confrontar o que ela deixa de dizer.




