‘‘Numa tarde eu tinha de levar Michael para uma consulta médica em Santa Monica, Califórnia. Enquanto a tarde se transformava em noite o doutor decidiu que Michael deveria passar a noite em seu escritório assim a enfermeira poderia monitorar Michael por toda a noite. Pelas 19hs Michael disse para voltar ao hotel no caso de seus filhos precisarem de alguma coisa.
Lá pelas 23hs eu recebi uma ligação de Michael dizendo que estava muito entediado, e me pedindo para lhe trazer algumas revistas. Michael amava revistas, amava ler e olhar fotos. Sua favorita era Robb Report. Eu acordei Kato, o motorista da limousine e o fiz dirigir até uma loja que vendia revistas.
Quando cheguei à loja, devo ter comprado cerca de uma dúzia de revistas. Publicações sobre mansões, sobre moda e a indústria da música. Eu peguei tudo que achei que o interessaria.
Eu deveria estar andando pela seção de brinquedos quando vi um ursinho de pelúcia. Eu pensei que seria uma boa brincadeira dar a ele o ursinho de pelúcia, então o comprei e o coloquei em uma sacola.
Eu cheguei ao escritório do médico e dei a Michael todas as revistas que escolhi. Ele parecia contente com todas as minhas escolhas. Ele me agradeceu por trazê-las — ele sempre me agradecia.
Quando eu estava prestes a ir embora, dei a ele a sacola em que estava o ursinho de pelúcia e disse a ele, “aqui está em caso você se sinta solitário de noite, ele lhe fará companhia”. Eu então me despedi e disse que estaria lá na manhã seguinte. Ele me deu boa noite mas ainda não havia olhado dentro da sacola.
No dia seguinte, eu cheguei ao escritório do médico por volta de 9 da manhã e disse à enfermeira que estava lá para pegar Michael. A enfermeira veio à porta e disse que ele estaria pronto em alguns minutos. Eu dei minha checada usual na segurança ao redor para ter certeza de que não haviam câmeras ou paparazzis, etc. A porta abriu e Michael saiu. Ele sorriu e disse “Bom dia, Mike”.
Quando eu ia lhe dar “bom dia” de volta, eu vi que em suas mãos segurando contra seu peito, estava o ursinho de pelúcia que eu havia o dado. Foi a única coisa que ele trouxe consigo — ele deixou todas as revistas para trás. No carro, eu vi que ele segurava o ursinho e ele nunca saiu de suas mãos.
Então — esta é a história do ursinho de pelúcia. Eu espero que não tenha sido entediante para vocês. Ela me fez perceber o quão sensível ele era por pequenos gestos de carinho.’’
por Michael La Perruque, ex-segurança de Michael Jackson