Nos seus últimos dias, Michael Jackson não apenas nutria o desejo de um retorno, mas também se dedicava incansavelmente para tornar isso realidade, talvez mais do que jamais havia feito.

Ele compôs novas músicas, dedicou horas de ensaio para aprimorar os espetáculos que não apenas saldariam suas dívidas, mas também o colocariam de volta ao topo, e meticulosamente planejou cada detalhe da sua aguardada turnê de retorno – um grandioso espetáculo que, até então, já consumira pelo menos US$ 25 milhões apenas em pré-produção. Com um nome que dizia tudo – This Is It.

Consciente das opiniões alheias, Jackson buscava mudar percepções, como já havia feito inúmeras vezes. Nos seus últimos meses de vida, sua mente estava totalmente absorvida pela turnê, e aqueles que eram próximos e confiáveis tinham certeza de que esse era o momento que ele aguardava.

Na noite anterior à sua partida, Jackson ensaio 13 músicas e passou horas em provas de figurino para o show no Staples Center, em Los Angeles. Mais de uma dezena de testemunhas, desde seu promotor até o coreógrafo e músicos, presenciaram o ensaio final – e todos concordavam em uma coisa: Jackson estava melhor do que nunca.

Ele personificava o puro pop, da mesma forma que nos seus dias de glória, cantando e dançando com maestria, superando até mesmo os jovens profissionais ao seu redor. “Ele brilhava no palco“, recorda o diretor da turnê, Kenny Ortega. “Eu ficava arrepiado.”

Ken Ehrlich, produtor dos prêmios Grammy por três décadas, estava na plateia, fascinado. “Eu disse a alguém: ‘Isso é impressionante!’ Por muitos anos, vi Chris Brown, Justin Timberlake, Backstreet Boys  imitarem Michael Jackson – e ali estávamos nós, muitos anos depois, e ele estava prestes a voltar. Literalmente me deu arrepios.”

Uma das últimas palavras que Michael Jackson compartilhou com seu empresário, Frank Dileo foram: “Temos que fazer o maior show da Terra”.