Em 1993, Oprah Winfrey conseguiu uma façanha notável ao persuadir Michael Jackson a abrir as portas de sua Neverland para uma entrevista que prometia ser reveladora. Nesse encontro, temas delicados, como a pigmentação de sua pele, foram discutidos de maneira franca, resultando em um recorde de audiência.

Contudo, quando o Caso envolvendo Jordan Chandler ganhou destaque na mídia, Oprah produziu segmentos sobre Michael Jackson e as acusações de pedofilia. Em suas entrevistas subsequentes, sempre que possível, ela fazia alusões à possível culpabilidade de Jackson nessas alegações. Após o falecimento de Michael , Oprah comentou que “nunca teríamos como saber a verdade”.

Avançando para 2012, no seu próprio programa, “Oprah’s Next Chapter”, a apresentadora retomou seu interesse pelo legado de Michael Jackson ao entrevistar sua filha adolescente, Paris Jackson. A expectativa do público era palpável, pois todos queriam uma visão íntima da vida da herdeira de uma das figuras mais controversas da música. Desde então, Paris se tornou uma figura proeminente na moda e mídia.

Mas o que realmente intriga é o testemunho de Karen Faye, uma amiga íntima e maquiadora de longa data de Michael Jackson. Ela compartilhou relatos de como viu o Rei do Pop chorar diante da crueldade percebida nas ações de Oprah. Essas lágrimas revelam uma dimensão da dor que Jackson enfrentou, sugerindo que as atitudes da apresentadora foram mais do que apenas questionáveis, mas profundamente prejudiciais.

Em 2019, Oprah Winfrey optou por ceder sua plataforma de influência para (os novos acusadores) de Michael Jackson, sem exigir a apresentação de qualquer evidência concreta. Sob o holofote de sua fama e alcance midiático, estes acusadores foram autorizados a discutir as alegações contra Jackson. Tal atitude por parte de Winfrey suscitou controvérsias, com muitos criticando-a por não considerar o princípio fundamental da presunção de inocência e por potencialmente influenciar negativamente a opinião pública sobre o legado de Michael Jackson.

Ao abrir sua plataforma para esses novos acusadores, Oprah Winfrey não apenas amplificou suas vozes, mas também deu credibilidade às alegações sem uma análise crítica adequada da evidência disponível.  A falta de diligência na investigação dos fatos e a aparente predisposição para aceitar acusações sem fundamento lançam dúvidas sobre a integridade do processo e levantam questões sobre a ética jornalística e o compromisso com a justiça e a verdade.

Ao investigar esses eventos, é difícil não questionar o papel de Oprah na narrativa em torno de Michael Jackson. Sua influência e alcance como uma das personalidades mais poderosas da mídia podem ter moldado a percepção pública do ícone musical de maneiras que vão além do que inicialmente parecia.

Uma retratação pública ou um pedido de desculpas de Oprah por suas ações pode não apenas trazer algum alívio póstumo para Michael Jackson, mas também levantar questões importantes sobre a responsabilidade da mídia e o impacto de suas narrativas.

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