A relação entre Michael Jackson e a revista Rolling Stone sempre foi marcada por tensões e controvérsias, refletindo questões mais amplas de racismo e preconceito na indústria da música. Ao longo de sua existência, a Rolling Stone publicou apenas doze capas com o Rei do Pop, uma quantidade surpreendentemente pequena considerando a magnitude de seu impacto na música e na cultura pop.
No auge do sucesso de “Off The Wall”, Michael Jackson propôs uma entrevista e uma capa, mas a revista recusou, afirmando que ele não merecia tal destaque. Esta rejeição levou Jackson a decidir que nunca mais concederia uma entrevista à Rolling Stone, estabelecendo um rompimento duradouro entre o artista e a publicação.
Durante a era “Thriller”, a Rolling Stone, ciente do fenômeno global que Michael Jackson havia se tornado, fez várias tentativas de conseguir uma capa exclusiva com ele. No entanto, Jackson manteve sua posição firme e recusou todas as ofertas. Esta rejeição não apenas frustrou a revista, mas também alimentou uma narrativa negativa e sensacionalista sobre o cantor. Ao invés de reconhecer e celebrar seu sucesso, os executivos da revista passaram a retratar Michael Jackson como um homem bizarro, contribuindo para uma imagem distorcida e prejudicial do artista.
Os sucessos de Michael Jackson foram frequentemente noticiados de forma discreta e sem o devido reconhecimento, enquanto as acusações e fofocas sensacionalistas recebiam destaque. Este comportamento transformou a Rolling Stone de uma revista de música respeitável em algo mais próximo de um tabloide britânico, disseminando mentiras e exageros sobre o Rei do Pop.
A mudança de postura editorial da revista revela um padrão de racismo estrutural, onde um artista negro de sucesso era subvalorizado e vilanizado, ao invés de ser reconhecido por suas contribuições inovadoras à música e à cultura.
As atitudes dos executivos da Rolling Stone não apenas refletiram uma falta de apreço por Michael Jackson, mas também destacaram um problema maior dentro da indústria da mídia: a tendência de desvalorizar artistas negros, independentemente de seu talento e conquistas. Esta abordagem racista e discriminatória privou Michael Jackson do reconhecimento merecido e perpetuou estereótipos prejudiciais.
O tratamento dispensado a Jackson pela Rolling Stone é um exemplo claro de como o racismo pode se manifestar de maneira insidiosa e persistente, mesmo em instituições culturais de ”grande prestígio”.
Os fãs de Michael Jackson têm todas as razões para desprezar a Rolling Stone, considerando que a revista falhou repetidamente em prestar-lhe o respeito e o reconhecimento que ele merecia. Consumir produtos de uma revista que perpetua tais injustiças é compactuar com a discriminação que ela promoveu ao longo dos anos.