O dia em que Michael Jackson visitou a sede da SEGA

Entre os maiores confrontos por cada percentual de mercado, dois embates são alvos de lembranças e estudo até hoje. Coca-Cola x Pepsi na década de 80 e Nintendo x Sega na década de 90. Um personagem, talvez a maior representação da história quando falamos de entretenimento, aparece de forma crucial nestes dois momentos: Michael Jackson.

O Rei do Pop foi uma das personalidades contratadas pela Pepsi na época da sua grande campanha “The Choice of a New Generation”, crucial para promover o refrigerante e incomodar a Coca-Cola em meados dos anos 80.

Alguns anos depois, já na década de 90, Jackson fincaria seu nome em outra vertente do entretenimento, o mundo dos games. Com um acordo milionário, a japonesa SEGA conseguiu levar Michael para o seu cast, era o início de uma parceria em que o ponto alto foi o game Moonwalker, lançado em agosto de 1990.

Tanto a Pepsi quanto a Sega utilizaram o grande poder de mídia de Michael para tentar destronar seus grandes concorrentes, que lideravam o segmento naquela época.

A década de 80 e 90 também ficou marcada pelo tom mais combativo dos comerciais, valia quase tudo para jogar na cara do consumidor que a concorrência era inferior, ou, ao menos, fazer parecer isso.

Especificamente sobre o mercado de games, foi na década de 90 que uma frase de uma campanha publicitária da SEGA é reconhecida até hoje como um dos pontos altos, em termos de impacto sobre o rival. Genesis Does What Nintendon’t, em tradução, “O Genesis faz o que a Nintendo não faz”.

A frase em questão enfatizava o fato que Genesis, nome para o Mega Drive que a SEGA adotou no mercado norte-americano, tinha certos jogos que a Nintendo não podia oferecer. Era a SEGA batendo na tecla do fator exclusividade. Obviamente, a imagem de Jackson também foi explorada aqui.

Numa das propagandas, veiculada em alguma revista da época, é possível ver a frase do mote no topo e a imagem do astro de Smooth Criminal ao centro, rodeado por fotos e informações sobre seu game, além de uma lista de outros títulos para o Genesis.

A relação entre SEGA e Michael Jackson se fez presente em outros momentos. Um dos episódios mais comentados nas últimas décadas, alvo das mais variadas especulações e teorias, era a história que Jackson teria composto a trilha sonora do Sonic 3.

A confirmação veio em 2009, por Brad Bruxer, parceiro musical de Jackson por muitos anos, e em 2022, com um tweet de Yuji Naka, criador do Sonic, que reafirmou o envolvimento de Michael com o projeto, mas que as músicas que estão no jogo são outras gravações. O material de Jackson não foi aproveitado. Dizem que Jackson não gostou do que foi produzido para o game e optou por não utilizá-lo.

Em 2022, também vazou um vídeo que mostra uma filmagem do Michael Jackson como personagem do simulador Advanced System-1 (AS-1), atração do parque de diversões Sega World, em Londres, que funcionou entre 1996 e 1999. Jackson era o comandante de uma das frotas de naves espaciais, coordenado pelo jogador. A cópia da filmagem foi encontrada em uma fita D-2 que estavava numa garagem no Reino Unido e foi digitalizada pela Oxford Duplication Centre, o usuário ted909 publicou o vídeo no Youtube.

Este novo acordo entre Jackson e a SEGA foi firmado em 1992, ano que aconteceu uma das visitas que o cantor fez à sede da companhia, no Japão.

O encontro aconteceu no dia 21 de dezembro de 1992. Naquele momento, Michael estava em Tóquio para cumprir uma agenda de 8 apresentações no Toyko Dome, compromisso que fazia parte do cronograma de apresentações da Dangerous World Tour.

Jackson posou com o presidente da SEGA na época, Hayao Nakayama, ganhou um fliperama Megalo 50, com os jogos Puyo Puyo e Golden Axe: The Revenge of Death Adder, e ainda teve a oportunidade de jogar o recém-lançado Sonic 2.

Falando em Sonic, Jackson estava vestindo uma belíssima jaqueta azul com mangas brancas do estilo college. A jaqueta personalizada tinha um grande S na região do peito, e também o logo do Sonic the Hedgehog numa das mangas. Essa jaqueta foi uma edição especial produzida pela SEGA para promover o fato do Sonic ter vencido como o melhor jogo do ano de 1991.

Michael também ficou interessado em conhecer a sala de desenvolvimento da SEGA, e ganhou uma visita guiada por Nakayama. O astro ainda alcançou a maior pontuação no simulador Sega AS-1. “Seus gritos de empolgação podiam ser ouvidos enquanto a máquina balançava em todas as direções”, enfatiza o comunicado da SEGA da época.

A última aparição de Michael Jackson em um game da SEGA foi em 2002, no Space Channel 5: Part 2, sequência direta de Space Channel 5 de 1999, em que Michael também aparece. Nada melhor que fechar esta parceria num game que traz a música como elemento central, universo que Michael Jackson dominou como poucos.

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