Quando Michael Jackson encomendou uma de suas jaquetas mais ornamentadas, ninguém imaginava que ela carregaria não apenas brilho e glamour, mas também uma história peculiar e enigmática.
Michael Bush, estilista de longa data de Jackson, revela os bastidores dessa criação icônica; a inspiração, longe de ser uma imagem óbvia veio uma cena de filme que incluía um burro, ciganos e um pirata usando uma jaqueta azul adornada com detalhes dourados. O que parecia um caos desconexo aos olhos dos outros, para Michael era pura genialidade.
Bush conta que, ao receber o filme, não sabia o que esperar. As imagens de um burro puxando uma caravana de ciganos sequestrando um pirata não faziam sentido, mas para Jackson, cada detalhe importava. A jaqueta azul usada pelo pirata na cena parecia chamar a atenção de Michael, mas, como sempre, o Rei do Pop tinha uma visão específica em mente: “Não quero azul, Bush. Quero preta.”
Era assim que funcionava o processo criativo com Michael Jackson — ele via além do que os outros podiam perceber. A cor era só um detalhe, o que realmente importava era a sensação que a peça transmitiria.
Quando Bush e seu parceiro Dennis Tompkins começaram a confeccionar a jaqueta, usaram cerca de vinte metros de cordão dourado e mais botões do que qualquer peça anterior. O detalhe mais impressionante? O uso de ouro de 18 quilates nas tranças que adornavam a jaqueta.
Michael não se contentava com o comum. Cada peça de seu guarda-roupa era uma extensão de sua personalidade, extravagante, única e sempre grandiosa. A jaqueta foi usada em uma sessão de fotos para a capa da revista TV Guide, em uma época de intensa exposição midiática do Rei do Pop, logo após seu casamento com Lisa Marie Presley.
A jaqueta, porém, simbolizava muito mais do que moda. Ela era um reflexo da mente complexa e do estilo visionário de Michael, que misturava referências culturais e históricas para criar algo completamente novo. Sua obsessão por detalhes era o que o tornava diferente.
Para muitos, a imagem de um pirata cigano seria apenas isso, mas para Michael, era uma metáfora para sua própria vida: uma mistura de realeza, rebeldia e arte. Ele estava sempre navegando entre mundos, tanto na música quanto na moda.