A Grande Conspiração: Como Tommy Mottola e Tom Sneddon tentaram destruir Michael Jackson

Era uma conspiração digna dos maiores dramas, envolvendo poder, dinheiro, e um dos homens mais influentes da música mundial. Michael Jackson, o Rei do Pop, era o alvo, e seus “principais conspiradores”, segundo ele, eram Tommy Mottola, ex-presidente da Sony Music, e o promotor Tom Sneddon, que o acusou em um dos julgamentos mais controversos da história.

Mas por trás das manchetes sensacionalistas, havia uma história mais profunda e sombria, onde interesses corporativos e ambições pessoais se entrelaçavam para minar uma das maiores estrelas que o mundo já viu.

Em 1993, Jackson enfrentou uma série de alegações que mudariam sua vida para sempre. Jordie Chandler e sua família acusaram-no de abuso, e um acordo fora feito no valor de milhões de dólares. Para muitos, isso parecia uma confissão velada de culpa, mas Tom Mesereau, advogado de Jackson, viu o acordo sob uma luz diferente.

Ele acreditava que Michael fora mal aconselhado por pessoas que só pensavam no dinheiro, e que essa decisão de resolver o caso fora judicialmente um erro. Esse acordo abriu as portas para uma série de outras alegações, criando uma imagem pública distorcida que beneficiava aqueles que queriam lucrar às custas de Michael.

Nos bastidores, circulava um rumor perigoso: uma conspiração poderosa estava em andamento, destinada a arruinar a carreira de Michael Jackson. Para muitos de seus fãs e observadores atentos, o grande vilão dessa trama era a Sony, liderada por executivos influentes como Tommy Mottola.

O motivo? O valioso catálogo da Sony/ATV, que incluía músicas dos Beatles e outras joias da indústria musical. Michael detinha uma participação significativa nesse catálogo, e a teoria era que a Sony estava disposta a tudo para forçá-lo a vender sua parte.

Mas essa conspiração não envolvia apenas interesses corporativos. Tom Sneddon, o promotor responsável pelo caso criminal de abuso contra Jackson, era visto como outra peça essencial desse quebra-cabeça.

Para muitos, Sneddon não estava apenas em busca de justiça; ele queria a glória que viria com a condenação de uma das figuras mais famosas e influentes do mundo. Essa suspeita foi reforçada por gravações e transcrições secretas que insinuavam que as acusações contra Jackson poderiam ter sido manipuladas por interesses maiores, alimentados pela ganância e pela ambição de controlar o império que ele havia construído.

Durante todo o processo, Michael Jackson manteve sua posição: era inocente e estava sendo alvo de uma conspiração massiva. Em raras entrevistas, como as concedidas a Geraldo Rivera e ao reverendo Jesse Jackson, Michael sugeriu que havia uma agenda maior em jogo, que não apenas envolvia poder e dinheiro, mas também racismo.

Ele se via como uma vítima de um sistema que visava destruir figuras negras de grande sucesso, algo que ele via acontecer com outros ícones como Nelson Mandela e Muhammad Ali. Para Michael, o fato de ser uma pessoa preta com enorme poder e influência tornava-o um alvo natural.

Tom Mesereau, advogado de defesa de Jackson, foi cuidadoso ao abordar a questão da conspiração. Embora acreditasse que havia elementos claros de uma trama para destruir seu cliente, ele sabia que provar isso em tribunal seria extremamente difícil. Sua estratégia era simples: focar em desmantelar a credibilidade dos acusadores e mostrar que as alegações faziam parte de um esforço maior para manchar a reputação de Jackson.

Embora houvesse coincidências suspeitas entre os interesses de Sneddon e da Sony, não havia provas concretas suficientes para ligar oficialmente os dois em uma conspiração legal.

O julgamento de Michael Jackson foi um espetáculo midiático. Seus bens mais íntimos foram vasculhados, sua vida pessoal foi exposta ao público de maneira impiedosa, e cada aspecto de sua existência, por mais insignificante que fosse, foi trazido à tona para tentar incriminá-lo.

A mídia retratou Neverland como uma armadilha sinistra, e Michael, como uma figura excêntrica e potencialmente perigosa. Mas, dentro do tribunal, uma imagem diferente começava a emergir. Jackson, era visto por muitos como uma alma inocente e confiável, que colocava sua fé nas pessoas erradas.

Ao final do julgamento, muitos jurados foram convencidos de sua inocência. Eles perceberam que, apesar de suas excentricidades, Michael Jackson era uma vítima — não apenas das acusações de abuso, mas de um sistema alimentado pela ganância e pelo desejo de destruir sua reputação.

Para o público, no entanto, a batalha estava longe de terminar. Mesmo sendo absolvido, as cicatrizes da conspiração que ele acreditava ter enfrentado permaneceriam, afetando para sempre sua carreira e seu legado.

A teoria de conspiração que Michael Jackson sustentava pode ter sido ridicularizada por muitos, mas para seus fãs, ela fazia total sentido. Afinal, como um homem negro que controlava um dos maiores catálogos musicais do mundo, ele representava uma ameaça a interesses gigantescos.

Embora Tommy Mottola e Tom Sneddon nunca tenham sido formalmente acusados de conspirar contra Jackson, para muitos de seus admiradores, eles sempre serão vistos como os “principais conspiradores” por trás da tentativa de destruição do Rei do Pop.

No final, a luta de Jackson não era apenas contra as acusações que enfrentava, mas contra um sistema de poderosos que, aos olhos de muitos, estava determinado a derrubá-lo. Eles conseguiram, em 25 de junho de 2009.

A morte de Michael Jackson abriu as portas para negociações que provavelmente ele jamais teria permitido em vida. Ainda que o Rei do Pop estivesse enfrentando dificuldades financeiras nos anos anteriores à sua morte, ele sempre manteve o controle sobre sua participação no catálogo, recusando-se a vendê-lo ou a ceder diante das pressões corporativas. Sua partida inesperada permitiu que o processo de venda fosse conduzido pelo seu Espólio, que decidiram por um acordo com a Sony, vendendo a parte de Michael por US$ 750 milhões.

Michael precisou morrer para que seus adversários, no fim, conseguissem o que tanto almejavam: o controle total sobre um dos mais valiosos catálogos da história da música.

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