Foi uma semana que São Paulo jamais esquecerá. Em outubro de 1993, a cidade pulsava diferente. Era como se o coração da metrópole batesse em ritmo de Billie Jean. Michael Jackson, o maior astro que o mundo já viu, aterrissou na capital paulista para duas apresentações da sua icônica Dangerous World Tour. E, ao contrário de qualquer outro evento, nenhum artista conseguiu mobilizar tanto uma cidade como ele fez.

O brilho não estava apenas nos holofotes do palco, mas em cada esquina, onde milhares de fãs buscavam um vislumbre do Rei do Pop.

Uma das histórias mais tocantes foi a generosidade de Michael com o público brasileiro. Sempre preocupado com a inclusão, ele abateu 75% do valor dos ingressos para que pessoas de baixa renda pudessem testemunhar aquele espetáculo monumental. E que show foi! Na primeira noite, 75 mil fãs vibraram com cada movimento e nota, enquanto na segunda noite, o Estádio do Morumbi foi tomado por 100 mil pessoas, uma multidão em êxtase. A força daquele momento era quase palpável, como se o mundo inteiro tivesse parado para ver Michael.

Mas os gestos grandiosos de Michael Jackson iam além do palco. Em um ato de bondade,ele doou 100 mil dólares em brinquedos para orfanatos, comprados na famosa fábrica da Estrela.

A Avenida Paulista, o coração financeiro do Brasil, teve suas rotas alteradas devido à multidão e ao trânsito que se formava ao redor do hotel onde Michael estava hospedado. Quase 15 mil fãs acampavam diariamente nas redondezas, aguardando qualquer sinal de seu ídolo.

As operações logísticas para os shows foram um espetáculo à parte. O palco, que pesava incríveis 400 toneladas, levava três dias para ser montado e exigia o trabalho árduo de 100 operários. Dois dos maiores aviões de carga do mundo, os Antonovs, foram usados para transportar o equipamento, tornando-se, por si só, uma atração no Aeroporto de Campinas. De lá, 28 carretas eram necessárias para levar tudo até o Morumbi, transformando a cidade em um verdadeiro centro de operações de um megaevento.

Entre tantas histórias, há aquelas que mostram o lado mais humano de Michael. Ele visitou dois fãs em um hospital público na Zona Sul, um gesto que emocionou profundamente os presentes. Além disso, pediu uma roupa da polícia da ROCAM porque se encantou com o uniforme. E, claro, não deixou de se divertir: acompanhado de sua comitiva, Jackson passou horas no Playcenter, o maior parque de diversões da época, vivendo momentos de descontração em meio àquela semana tão agitada.

Michael Jackson não veio apenas para realizar um show em São Paulo. Ele trouxe magia, encantamento e deixou um legado que ainda reverbera nas memórias daqueles que tiveram a sorte de presenciar.

Foi uma semana que transformou a cidade, um evento que parou São Paulo e que até hoje é lembrado com saudade e admiração. O Rei do Pop não só cantou, mas tocou profundamente os corações dos paulistanos.

4 Comments

  1. Estive lá no primeiro show. Me lembro de grandes artistas que prestigiaram o show. Deixaram o camarote, onde a visão do show era longínqua e foram para o gramado. Foi uma noite incrível.

  2. Para um mega top e extraordinário artista, tinha que ser mesmo um mega evento!! Saudades, saudades desse doce meigo gênio da arte musical!! ❤️❤️❤️💛💛💛🇧🇷💚🖤🖤😢😢😢😢

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