Michael Jackson e o Halloween: Um Encontro de Horror, Magia e Gênio Criativo

Michael Jackson sempre carregou uma fascinação genuína pelo Halloween. Desde criança, ELE via no dia 31 de outubro uma celebração pura e inocente, onde doces e fantasias transformavam a noite em magia. Anos mais tarde, em 2001, ele confessaria em uma entrevista seu amor por “doces ou travessuras”, narrando como se escondia atrás de disfarces para, incognito, bater de porta em porta.

Jackson via nessa simples brincadeira um modo de conectar pessoas de todas as idades e culturas – “precisamos de mais disso no mundo”, dizia ele, cativado pela ideia de uma noite onde todos se unissem em busca de alegria. Essa atração pelo Halloween não era apenas uma memória de infância, mas também o combustível criativo por trás de uma de suas maiores obras.

Quando lançou “Thriller” em 1983, Jackson não sabia, mas estava dando ao mundo o maior hino de Halloween de todos os tempos. A coreografia dos zumbis tornou-se um marco, imortalizada em festas e eventos temáticos ao redor do globo.

Em 2008, ele afirmou que “Thriller” e Halloween “se encaixavam como uma luva”, e, de fato, parecia quase impossível separar a data da canção.

Porém, a visão de Michael Jackson ia muito além da música. Em 2009, ao lado da AEG Live, ele planejara algo grandioso: um especial de Halloween centrado em “Ghosts”, um média-metragem que havia criado em 1996 com o renomado escritor de terror Stephen King.

Esse filme de 40 minutos, dirigido pelo lendário Stan Winston, explorava o talento multifacetado de Jackson, que interpretava personagens como o excêntrico “Maestro” e o ameaçador “Prefeito”. Cada um desses papéis era uma faceta de sua habilidade artística, mesclando dança, terror e humor. Randy Phillips, da AEG, relembra o entusiasmo de Michael, que desejava levar Ghosts ao público em um especial anual de Halloween, algo que infelizmente jamais aconteceu.

O Rei do Pop sonhava em dar ao mundo uma experiência cinematográfica no Halloween de 2009. Ken Ehrlich, famoso produtor do Grammy, estava a postos para concretizar o projeto, enquanto a CBS preparava o cenário para uma transmissão histórica.

O plano era incluir trechos inéditos da turnê “This Is It”, capturando a performance de “Thriller” e “Ghosts” para o especial. Jackson estava ansioso e feliz – seu empresário, Frank Dileo, descreveu o entusiasmo do artista em finalmente ver seu trabalho mais sombrio e cômico ao mesmo tempo ganhar a tela. No entanto, o destino interrompeu esses sonhos; Michael nos deixou em 25 de junho de 2009, um dia após uma reunião sobre o especial.

Hoje, fãs ao redor do mundo ainda aguardam a remasterização de “Ghosts”, uma obra que mistura o sombrio e o humor, desafiando o espectador a enfrentar medos enquanto ri. Para Michael Jackson, o Halloween era mais que uma noite de disfarces e sustos; era uma forma de conectar o mundo através da fantasia e da dança.

Ele sempre sonhou em compartilhar seu próprio universo de terror cômico e arrebatador – um universo onde, como ele mesmo disse, “dentro de toda risada tem uma lágrima”.

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