Foi uma noite histórica que poderia facilmente ter sido gravada em um videoclipe grandioso. No centro do palco, Michael Jackson reinava absoluto, e as maiores estrelas da música pareciam figurantes em sua celebração pessoal.
O público explodiu em aplausos ensurdecedores, chamando-o de volta ao palco repetidas vezes, como se o próprio espetáculo não pudesse prosseguir sem a presença do Rei do Pop. Aquela noite, com a entrega recorde de oito Grammys, não pertencia a mais ninguém. Michael não apenas conquistava prêmios, ele arrebatava o espírito da audiência.
Cada menção ao nome de Michael disparava um entusiasmo quase palpável, um fervor que ecoava entre as galerias e sacudia a plateia. Nos telões, sua imagem projetada parecia adquirir uma presença divina, iluminando o recinto com uma aura inigualável. Era como se o tempo parasse a cada aparição sua.
O que era para ser uma cerimônia de premiação coletiva tornou-se uma celebração de um homem só, e todos sabiam disso, exceto talvez o próprio Michael, que parecia alheio ao frisson à sua volta.
Nos bastidores, um momento peculiar revelou mais uma faceta do artista. A imprensa, ansiosa por um comentário, perguntou qual era sua música favorita. “My Favorite Things“, de Julie Andrews, respondeu ele prontamente, sem a mínima hesitação. A princípio, a resposta suscitou risadas. Afinal, esperava-se que sua favorita fosse uma canção que refletisse seu próprio legado. Mas Michael não estava interessado em satisfazer expectativas alheias; sua resposta era verdadeira.
Ao perceberem a seriedade de sua declaração, os repórteres foram tomados por um breve silêncio, um constrangimento reverente. Michael, contudo, não deu importância. Caminhando pelos corredores, deixou escapar notas da melodia, cantando como se estivesse em um lugar só seu. Esse momento era uma janela para o homem por trás do mito — um artista que buscava a simplicidade em meio ao turbilhão, em harmonia com as “coisas favoritas” que o faziam feliz.
Aquela noite provou que Michael Jackson não era apenas o maior artista de sua época; ele era um ser à parte, que flutuava acima das convenções e criava seu próprio universo. Em um evento que deveria celebrar a música como um todo, Michael personificou a essência do que significa ser uma lenda.
Tudo que ele fez, é maravilhoso… não é atoa que seu nome pegou: King of pop…