E se… tivesse acontecido a Off The Wall Tour

Entre os fãs de Michael Jackson, há um consenso: a Triumph Tour, turnê do grupo The Jacksons que ocorreu em 1981 e percorreu os Estados Unidos e o Canadá, é considerada, com devidas ressalvas, a turnê do primeiro disco solo da fase adulta de MJ, o “Off the Wall“, de 1979. O motivo é óbvio, mas vamos por partes.

Desde 1972, as performances do Jackson 5 passaram a intercalar canções lançadas pelo grupo com canções lançadas individualmente por algum Jackson; no caso, mais notavelmente, Michael e Jermaine. Eventuais canções solo que faziam barulho nas paradas, como “Rockin’ Robin”, “Ben” e “I Wanna Be Where You Are”, de Michael, e “Daddy’s Home” e “That’s How Love Goes”, de Jermaine, dividiam o palco com os sucessos renomados da banda como “I Want You Back”, “ABC” e “Dancing Machine”. Mistura de repertório sempre foi algo padrão nas apresentações dos meninos.

Mesmo assim, Michael ainda era um dedicado membro do grupo no fim da década de 70. Tanto é que seu novo álbum solo, produzido por Quincy Jones, foi gravado enquanto MJ estava aqui e ali pela Destiny World Tour, turnê mundial com os irmãos que divulgava, em sua maior parte, o álbum “Destiny”. Porém, é provável que ninguém esperasse que o novo álbum solo de Michael Jackson fosse tão mais grandioso e explosivo do que seu antecessor de quatro anos antes pela Motown, o “Forever, Michael”.

“Off the Wall” saiu em agosto de 1979 e estabeleceu Michael Jackson como um artista solo ainda mais bem sucedido, acabando, inevitavelmente, ‘descolando’ o artista um tanto mais de seu vínculo profissional com os irmãos no grupo The Jacksons. Isso iria se intensificar nos anos seguintes, porém, o disco “Off the Wall” preparou as habilidades de Michael como produtor para que ele as colocasse em prática no próximo disco dos Jacksons, o “Triumph”, que saiu um ano depois, em 1980.

Com um single bem sucedido atrás do outro, o repertório da turnê do disco “Triumph”, marcada para acontecer em 1981, exigia mais canções solo recentes de Michael Jackson do que de costume. Era impossível ignorar que o público estava ansioso para assistir Michael performar os estouros “Don’t Stop ‘Til You Get Enough”, “Rock With You”, “Workin’ Day And Night” e a título “Off the Wall“, além da tocante balada “She’s Out Of My Life”. As canções casaram no palco com as mais recentes do repertório dos Jacksons, como “Lovely One”, “Things I Do For You” e “Shake Your Body (Down to the Ground)”.

Mas, e se… em uma realidade alternativa, não fosse uma Triumph Tour, mas sim uma Off the Wall Tour? Uma turnê dedicada inteiramente ao disco solo de Michael Jackson? Bora reimaginar a situação?

Hoje, tomando como exemplo turnês posteriores, existe grande chance de que a Epic investisse em uma turnê mundial para a primeira turnê solo de Michael, dando sequência ao que havia sido a Destiny World Tour, que passou por vários continentes, e não abordasse apenas EUA e Canadá, como foi a Triumph e viria a ser a Victory três anos depois, ambas dos Jacksons (na situação real).

Em questão de repertório, decerto Michael não removeria por completo as músicas do grupo, mas adicionaria sim mais algumas de seu novo projeto. Mesmo não tendo sido lançadas como singles, eu consigo enxergar MJ trazendo atenção em determinados shows às pancadas “Get on the Floor”, “Girlfriend” e “Burn This Disco Out”. “It’s the Falling In Love”, por se tratar de um dueto, é possível que só fosse aparecer ao vivo se seu par Patti Austin subisse ao palco também. É verdade que “Scream” é um dueto que Michael performou solo anos depois, mas ali a época já era outra.

Considerando que a turnê fosse mundial, se estendendo pelo menos de 1981 a 1982, dificilmente os projetos arquitetados naquele ano de 1982 iriam acontecer como aconteceram. A chance é grande de que Michael não estaria de volta a solo americano para realizar os preparativos para seu próximo projeto solo, o qual, na situação real, se tornou o fenômeno “Thriller”.

O audiobook do sucesso de bilheteria “E.T. – O Extraterrestre” também não aconteceria. O programa de TV Motown 25 poderia ocorrer sem ele, ou com uma performance totalmente distinta. E assim, tudo se degringolaria, e tomaria um rumo inimiginável com tantas ramificações diferentes!

E você? Como acha que as coisas tomariam forma caso a Triumph Tour desse espaço à Off the Wall Tour?

por Daniel Jackson

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