A última guitarrista de Michael Jackson: Orianthi revela como era trabalhar com o Rei do Pop

A última guitarrista de Michael Jackson: Orianthi revela como era trabalhar com o Rei do Pop

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Era 2009. O mundo esperava o retorno triunfal de Michael Jackson aos palcos com a turnê “This Is It”. Mas nos bastidores, algo especial também estava em gestação: a estreia de uma guitarrista australiana, jovem, talentosa e ferozmente precisa. O nome dela era Orianthi, e embora a passagem de Jackson tenha interrompido abruptamente essa jornada, os ensaios que viveu ao lado do Rei do Pop permanecem como um capítulo épico não contado da história da música.

Em entrevista ao Ultimate Guitar, Orianthi revelou detalhes sobre os bastidores de uma das maiores turnês que nunca aconteceu. Desde o início, ela foi envolta em uma aura de sigilo absoluto. “Assinei contratos de confidencialidade que nem sei se ainda valem”, contou, com uma risada nervosa. “Mas posso dizer que tudo aquilo era grandioso. Seria um dos maiores espetáculos da Terra.”

O caminho até esse momento passou por um roteiro que só poderia existir em tempos digitais. Orianthi foi encontrada por ninguém menos que o maestro Michael Bearden, através do MySpace — a plataforma onde músicos plantavam sonhos e colhiam oportunidades. Bearden tinha visto Orianthi no Grammy ao lado de Carrie Underwood e mostrou os vídeos dela no YouTube para Michael Jackson. A resposta do Rei do Pop foi imediata: “Eu preciso dessa garota na minha banda.”

Naquela mesma noite, o telefone de Orianthi tocou. Do outro lado, um convite surreal: aprender “Dirty Diana” e “Beat It” em poucas horas, e tocá-las no dia seguinte para Michael e sua equipe. Sem saber o que esperar, ela foi, tocou — e foi contratada na hora. “Foi como se tudo estivesse escrito. Começamos a trabalhar imediatamente. Era como viver dentro de um sonho lúcido”, relembra com emoção.

O tempo que passaram juntos nos ensaios foi curto, mas transformador. Michael não era apenas um astro — era um mentor, um arquiteto sonoro e um ser de uma exigência quase divina. “Ele pedia que todos dessem o seu melhor. Dizia: ‘Entre na sua própria luz’. Me incentivava a ir além, a encontrar minha nota mais alta, meu limite como artista. Ele era detalhista, sabia cada parte de suas músicas como se tivesse uma memória fotográfica. Era de outro mundo.”

Hoje, Orianthi carrega essa experiência como um relicário. Embora nunca tenha subido ao palco com Michael, ela guarda as lembranças de cada acorde tocado ao lado dele como se fossem eternas. “Foi uma honra. Ele me moldou de formas que ninguém mais poderia. Só o fato de ter sido escolhida por ele já seria suficiente — mas ter convivido, aprendido e crescido como artista naquele curto espaço de tempo foi mágico.” A história de Orianthi com Michael Jackson não teve final de show, mas permanece como um solo inacabado — poderoso, inesquecível, e carregado de luz.


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