As Três Letras que Mudaram a Cultura Pop: A história do logotipo de ‘BAD’ de Michael Jackson
Você já viu em camisetas, pôsteres, LPs, canecas, tatuagens… mas talvez nunca tenha parado para pensar: quem criou o icônico logotipo do álbum BAD de Michael Jackson?
Aquela palavra vermelha, desenhada com um toque de rebeldia urbana, sintetiza toda a atitude que MJ quis transmitir ao mundo em 1987. E agora, décadas depois, o designer Jeffrey Spear finalmente compartilha os bastidores dessa criação lendária .
Antes de BAD, Spear já transitava com desenvoltura pelo universo visual de Hollywood. Um especialista em tipografia personalizada e títulos ilustrados, era conhecido em Los Angeles por seus trabalhos para filmes e comerciais. Embora nunca tivesse trabalhado diretamente com a CBS, seu talento o colocou no radar da gravadora em um momento crucial: a era de reinvenção de Michael Jackson.
A ligação veio como um relâmpago. Um convite para criar algo ousado, urbano e inteligente. “Graffiti”, pensou Spear — e mergulhou no mundo subterrâneo do metrô de Nova York e nos murais vibrantes de Venice Beach. A pesquisa virou arte: ele pintou, rabiscou, testou estênceis, borrifou tinta como se estivesse numa parede do Bronx. Nasciam as primeiras versões do que viria a ser um símbolo pop eterno.

Foram seis ou oito versões diferentes de BAD até a que conhecemos hoje.
A visibilidade elevou sua carreira e o colocou entre os nomes mais requisitados do design gráfico californiano. Décadas depois, ele ainda encontra pessoas que se espantam ao saber que aquelas três letras vermelhas saíram de sua mente e mãos. O impacto cultural do logotipo transcendeu sua própria vida.
Em 2012, para o aniversário de 25 anos do álbum, uma nova versão foi criada por outros artistas. Spear não participou — e sequer viu o resultado final. A nova versão suavizou as bordas e perdeu a agressividade do aerógrafo original. Para Spear, foi apenas mais um reflexo da distância entre sua criação e o controle sobre ela.

Ao longo dos anos, viu relançamentos em vinil, versões digitalizadas, artes modificadas. Mas para os fãs, nada substitui o logotipo original. Aquele desenho bruto, pulsante, com alma de rua e coração pop. Aquilo era BAD. Aquilo era Michael Jackson desafiando o mundo, com arte nas mãos e atitude no olhar.
Spear guarda lembranças curiosas: ingressos para um show da turnê BAD em Los Angeles, a paródia da revista Mad com sua tipografia, a reação das pessoas ao descobrir seu papel naquela história. “Na época era só mais um trabalho”, diz. “Hoje, ver que trouxe alegria aos fãs é o que realmente importa”.
Ouça o álbum BAD:
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