In The Closet e Michael Jackson: sensualidade sem vulgaridade

Era 8 de maio de 1992. O mundo ainda tentava decifrar os enigmas de Dangerous, o ousado álbum lançado por Michael Jackson no final de 1991, quando chegou às rádios o terceiro single: “In The Closet”. Um título provocativo, que sugeria segredos, tensões escondidas, desejos não ditos. Mas por trás desse lançamento havia uma história ainda mais curiosa – um quase-dueto com Madonna, a rainha da provocação, e ideias que fizeram até mesmo o Rei do Pop estremecer.

Michael e Madonna haviam se encontrado em sessões criativas que prometiam incendiar a cultura pop. Ambos estavam no auge de suas forças criativas, e “In The Closet” parecia o ponto de convergência perfeito: um título sugestivo, um clima sensual e uma batida moderna que já prenunciava algo explosivo. Madonna, fiel ao seu estilo transgressor, sugeriu um conceito ousado: no videoclipe, ela apareceria vestida de homem, e Michael, de mulher. A ideia de cross-dressing e inversão de papéis poderia dar ainda mais camadas à já carregada atmosfera de ambiguidade da faixa.

Mas Michael hesitou. A proposta de Madonna era radical demais para ele, que embora fosse um inovador nato, também era profundamente reservado. “Acho que tudo o que [Michael] queria era um título provocativo”, disse Madonna ao jornalista Jonathan Ross. O conteúdo lírico, ela explicou, não condizia com a tensão prometida pelo título. “Olhe, Michael, se você quiser fazer algo comigo, você tem que estar disposto a fazer”, ela teria dito, tentando empurrar os limites de sua genialidade conjunta. Mas Michael recuou. Achou tudo “provocante, ousado e vulgar demais”.

No fim das contas, Madonna ficou de fora da música. Mas a tal voz feminina misteriosa que sussurra segredos ao longo da faixa permaneceu – e com pedigree real. Era Stephanie de Mônaco, a princesa que viveu seu próprio flerte com o estrelato pop nos anos 80. Ela foi creditada no álbum como Mystery Girl, mantendo o mistério vivo, enquanto a curiosidade do público aumentava. Sua voz é um sussurro entre o desejo e o segredo, como se falasse direto de um confessionário de luxo.

Para o videoclipe, lançado pouco depois, outra musa foi convocada. Dessa vez, o cenário foi o deserto de Salton Sea, na Califórnia, e a figura feminina que dividia a tela com Michael era a magnética Naomi Campbell. Com movimentos felinos e uma química intensa, a supermodelo trouxe uma sensualidade física ao que antes era apenas sussurrado. O clipe causou frisson, ajudando a catapultar o single às primeiras posições nas paradas de sucesso e eternizando “In The Closet” como um dos momentos mais sensuais da carreira do Rei do Pop:

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