Michael, Meu Amigo: O homem por trás do mito

Michael, Meu Amigo: O homem por trás do mito

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Muito se fala sobre Michael Jackson. Mitos, escândalos, cifras, danças imortais. Mas entre os ecos dos palcos e as capas de jornais, há histórias que a mídia jamais ousou contar. Histórias como a de Larry Nimmer, um homem comum que conheceu o verdadeiro Michael — não o astro, mas o ser humano:

Era 1998 quando Larry, segurança de uma loja de brinquedos em Nova York, foi encarregado de acompanhar um cliente especial: Michael Jackson. O cantor havia entrado discretamente para comprar brinquedos para os filhos. Durante aquela hora e meia de convivência, algo inusitado aconteceu: uma conexão humana nasceu no silêncio das prateleiras coloridas.

Enquanto caminhavam, Larry contou sobre seu filho, que lutava contra uma severa escoliose. A dor, a distância da família, a incerteza do tratamento — tudo isso foi ouvido com atenção sincera por Michael, que se mostrava mais interessado na saúde daquele menino do que nos brinquedos à sua frente. Notou até o sotaque do segurança e o abraçou com uma ternura que nem todos poderiam esperar de um ícone mundial.

Antes de partir, Michael deu-lhe um beijo na testa, prometeu orar por seu filho e pediu desculpas por não poder visitá-lo no hospital. Prometeu manter contato — algo que muitos diriam da boca para fora. Mas ele cumpriu. No dia 23 de dezembro daquele mesmo ano, Michael ligou para Larry. Não uma, mas três vezes. Na primeira, Larry desligou. Achou que fosse trote. Na segunda, repetiu o gesto. Na terceira, veio a pergunta que fez seus joelhos tremerem: “Espere, espere… como está seu filho?”

A partir dali, nasceu uma amizade incomum. Um Rei do Pop e um pai angustiado, unidos por empatia. Conversaram por horas. Michael enviou flores, agradeceu pela amizade e, tempos depois, convidou Larry para uma nova visita — desta vez com sua mãe. Ela viajou da Carolina do Norte para conhecê-lo e ficou intrigada quando o artista se apresentou disfarçado: cabelos grisalhos, bigode espesso e lentes grossas. “Você não se parece em nada com as fotos, meu jovem”, disse ela. E os dois riram.

Michael, longe dos holofotes, era gentil, protetor, doce. Apresentou Paris e Prince — Paris ainda pequena, tossindo. A mãe de Larry, com ternura de avó, deu-lhe mel e açúcar. Michael, espantado, disse que nenhum remédio funcionara até então. Nesses encontros, ele falava dos sonhos que a fama nunca permitiu: acampar com os filhos, assar marshmallows ao redor de uma fogueira. “Eu sonho com coisas assim o tempo todo”, confidenciou.

Esses momentos não foram registrados em tabloides, nem viralizaram em vídeos de 15 segundos. Eles viveram entre telefonemas, risos, chá com mel e olhares sinceros. Eram pedaços de um homem que a imprensa tentou apagar sob camadas de escândalo — mas que resistia, inteiro, na memória dos que o conheceram de verdade.

Para Larry, Michael não foi uma estrela. Foi um amigo. E talvez essa seja sua maior obra-prima: a capacidade de enxergar o outro mesmo quando o mundo só queria vê-lo como espetáculo. Porque por trás dos passos de dança que desafiavam a gravidade, havia um coração que desafiava a lógica — e que batia,  pelas dores dos outros.


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