Por anos, a indústria do entretenimento alimentou uma imagem distorcida sobre dois dos maiores nomes da música pop: Michael Jackson e Prince. A ideia de que existia uma guerra entre eles foi vendida como verdade absoluta. A mídia promoveu um duelo que, na realidade, nunca aconteceu da forma que foi retratada. Embora existissem diferenças de personalidade e estilo, o que havia entre os dois era algo mais profundo: um respeito silencioso, mas poderoso.
Michael e Prince eram gênios únicos, cada um com sua própria visão artística. Não eram amigos íntimos, mas sempre mantiveram uma relação de respeito e consideração. Seus encontros, seja em estúdios, bastidores de shows ou trocas discretas de mensagens, mostravam uma conexão longe dos holofotes. Eles se entendiam em um nível que poucos podiam alcançar. Essa conexão era rara, mas reveladora — e muitas vezes ignorada pelas manchetes sensacionalistas.
Uma das provas mais claras dessa admiração veio de forma inesperada. Durante uma entrevista no programa The Doug Banks Show, Prince recebeu cartões com nomes de artistas e deveria responder com a primeira palavra que viesse à mente. Quando viu o nome “Michael Jackson”, ele disse apenas: “Gênio.” Uma palavra. Um reconhecimento direto e sincero. Essa resposta desmonta qualquer ideia de ódio ou competição hostil.
Outro momento significativo ocorreu durante as gravações do álbum HIStory de Michael. Os dois se encontraram no estúdio e, segundo Prince, chegaram a trocar fitas de vídeo com materiais próprios. Essa troca não era algo casual — era um gesto de confiança artística. Eles sabiam do talento um do outro e preferiam manter essa admiração longe do barulho da mídia. Era uma relação discreta, mas carregada de significado.
Em 1989, a ideia de uma colaboração entre os dois quase virou realidade. Michael e Prince foram cogitados para compor juntos a trilha sonora do filme Batman. Michael cuidaria das baladas, Prince das faixas mais dançantes. Infelizmente, o projeto não se concretizou por questões contratuais, já que estavam ligados a gravadoras diferentes. Ainda assim, o simples fato de essa ideia ter sido cogitada revela o potencial de uma parceria épica.
Mas talvez o gesto mais nobre de Prince tenha ocorrido em 2005. Enquanto Michael enfrentava um dos momentos mais difíceis de sua vida — um julgamento devastador —, Prince proibiu seus fãs de postarem mensagens de ódio contra ele em suas redes. Isso não foi amplamente divulgado, mas diz muito sobre quem Prince era e sobre o respeito que sentia por Michael. Mesmo quando o mundo virava as costas, Prince permaneceu solidário.
Eles não eram inimigos. Eram lendas. E como diz o velho ditado americano: legend recognizes legend. A história entre Michael Jackson e Prince não é sobre rivalidade. É sobre dois gigantes que sabiam exatamente o que o outro representava.
