Toda mãe deseja o melhor para seus filhos. Deseja que eles cresçam com bons valores, que estudem, se formem e se tornem pessoas corretas. Ao conquistar um diploma, especialmente em jornalismo, espera-se que o profissional use seu conhecimento para informar com responsabilidade. Mas e quando a verdade deixa de importar?
Em momentos de escassez de notícias interessantes, muitos jornalistas preferem o caminho fácil: explorar a vida pessoal dos famosos. Com Michael Jackson, isso se tornou quase uma regra. Durante anos, ele foi alvo de boatos, mentiras e distorções, tudo em nome de vender mais jornais ou gerar mais audiência.
Michael foi tratado como um personagem, não como uma pessoa real. Por trás das histórias, havia um homem com sentimentos, que sofreu profundamente com a maneira como foi retratado. Muitos profissionais da mídia se esconderam atrás da palavra “jornalismo” para espalhar informações falsas, como se isso os isentasse da responsabilidade.
É simples publicar uma matéria cheia de suposições e depois alegar que estava apenas fazendo o trabalho. Difícil é encarar o impacto que essas palavras tiveram em alguém que já carregava o peso de ser o rosto mais conhecido do mundo. A ética, que deveria guiar o jornalismo, ficou para trás sempre que uma mentira chamava mais atenção do que a realidade.
A imprensa tem força. Ela pode levantar ou derrubar uma carreira com uma única manchete. No caso de Michael Jackson, foi usada muitas vezes para destruí-lo. E quando se percebe o quanto isso o afetou, vem a pergunta: valeu a pena? Quem lucrou com isso perdeu algo muito mais valioso — a humanidade no próprio ofício.
Se ainda existem jornalistas que se orgulham das histórias que publicaram sobre Michael, que as releiam com calma e tentem se colocar no lugar dele. Talvez então percebam que escrever é mais do que entreter ou causar impacto: é também uma forma de respeito com a verdade — e com as pessoas que são atingidas por cada palavra.