Todd Gray foi fotógrafo pessoal de Michael Jackson por mais de 10 anos. Nesse período, acompanhou sessões privadas e momentos do dia a dia do artista. Michael não gostava de improvisar nem mesmo em uma foto. Queria que tudo fizesse sentido. Gray conta que o nível de exigência de Jackson era constante, mesmo em simples registros.

A sessão no teatro particular

Em uma ocasião, Michael levou Gray ao seu novo teatro particular. O fotógrafo percebeu que o suéter azul que Michael usava combinava com as cadeiras vermelhas e pediu que ele se sentasse como se estivesse vendo um filme. Era para ser uma pose simples, mas Michael travou. Queria saber qual era o filme.

Nada era por acaso

Gray disse que qualquer filme servia, mas Michael insistiu: “Você tem que me dizer o filme que estou vendo, se espera uma reação de mim.” O assistente sugeriu “Tempos Modernos”, de Charlie Chaplin. Michael aceitou, mas ainda assim perguntou: “Em que parte?”

Falta de paciência, mas foco na entrega

O fotógrafo, já cansado, respondeu: “É uma comédia, é só rir.” Mas Michael continuou firme: “Se quiser me fazer rir, então tem que me contar uma piada.” Era noite, a equipe estava esgotada, e o clima tenso. Michael, porém, queria a emoção certa para a imagem.

Uma solução simples funcionou

Depois de tentativas frustradas, Todd Gray fez um sorriso bobo, como um palhaço. Michael finalmente riu de verdade. A foto saiu. O que era para ser uma simples pose virou uma negociação completa de contexto e sentimento. Ele só aceitava entregar algo real.

O retrato de um perfeccionista

Michael Jackson não atuava no automático. Até para fingir que estava vendo um filme, queria saber o roteiro. Gray resume: “Michael precisava acreditar na cena. Sem isso, não funcionava.” A imagem que ficou registrada foi resultado de paciência, insistência e um artista que tratava cada detalhe com seriedade.