Michael Jackson: O Rei que Também Formou Doutores

Michael Jackson: O Rei que Também Formou Doutores

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Enquanto os holofotes focavam em seus passos de dança e clipes inovadores, Michael Jackson construía, paralelamente, um legado que jamais ocupou o centro do palco: o de benfeitor silencioso da educação negra americana. Ao longo de mais de duas décadas, 248 estudantes universitários de 38 faculdades historicamente negras (HBCUs) caminharam até o palco da formatura graças ao Programa de Bolsas Michael Jackson/UNCF — uma ponte construída com empatia, comprometimento e milhões em doações.

Michael Jackson nunca frequentou uma universidade, mas compreendia como poucos a força da educação. Em 1986, doou US$ 1,5 milhão ao United Negro College Fund para estabelecer uma bolsa de estudos. Dois anos depois, em 1988, subiu ao palco do Madison Square Garden. Naquela noite, todos os lucros da apresentação foram doados ao UNCF. Seu gesto o tornaria um dos maiores doadores afro-americanos da história da fundação.

Com o apoio financeiro direto de Jackson, jovens de origem humilde puderam se formar em áreas que vão da Psicologia à Moda, da Ciência Política à Educação. O auxílio cobriu mensalidades, moradia, livros e até dívidas com o governo. Em reconhecimento, a UNCF concedeu a ele, em março de 1988, o Prêmio Frederick D. Patterson, sua mais alta honraria. Jackson respondeu com humildade: “Não há nada mais importante do que garantir que todos tenham a oportunidade de estudar.”

O impacto de sua generosidade atravessa gerações. “Michael Jackson nos ajudou a transformar vidas e trajetórias”, afirmou o presidente da UNCF, Dr. Michael Lomax. “Ele acreditava no poder da educação, e por quase metade da existência da UNCF, nos acompanhou fielmente.” Com mais de 39 instituições beneficentes apoiadas ao longo da vida, Jackson foi incluído no Guinness Book como o artista que mais apoiou instituições de caridade no mundo.

O que torna esse legado ainda mais notável é a ausência de autopromoção. Em um mundo onde doações muitas vezes vêm acompanhadas de campanhas publicitárias, Jackson optou pelo silêncio — sua recompensa era ver jovens cruzarem o palco da formatura, com diplomas nas mãos e esperança no olhar.

Na era da desinformação, onde o foco se volta ao escândalo e ao espetáculo, é urgente lembrar que há um Michael Jackson que não saiu nas manchetes. Um homem que, nos bastidores da fama, investia na transformação de vidas. Esse é o legado que a música não canta, mas que ressoa — silencioso, firme e imortal — nas salas de aula e nos sonhos realizados por aqueles que ele ajudou a educar.


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