O aguardado filme Michael, cinebiografia sobre a vida de Michael Jackson, sofreu reviravoltas que abalaram seu cronograma original. Refilmagens inesperadas foram agendadas para a primavera e o lançamento, antes previsto para abril de 2025, foi adiado por tempo indeterminado. A pressão aumentou nos bastidores, e quem mais sente o impacto é Jaafar Jackson, sobrinho do cantor e protagonista do longa.
Fontes próximas ao projeto afirmam que Jaafar passou por um verdadeiro processo de transformação física e emocional para incorporar o tio. “Ele colocou seu corpo à prova por mais de dois anos, com treinos intensos e dieta rigorosa para manter uma condição física compatível com a de Michael nos palcos”, afirmou um insider para o In Touch Weekly. Desde os primeiros ensaios até as gravações atuais, o comprometimento tem sido total.

Sob a direção de Antoine Fuqua, conhecido por Dia de Treinamento, e com produção de Graham King, que já conquistou o público com Bohemian Rhapsody, o filme promete uma narrativa completa. Vai desde a infância difícil com o Jackson 5 e o abuso paterno, até o auge com Thriller, a construção de Neverland e a morte trágica em 2009. É uma tentativa ousada de resumir uma vida marcada por brilho e controvérsias.
O apoio da família Jackson e do espólio de Michael à produção é notável. Mas essa proximidade também levanta preocupações. Há o temor de que o filme suavize ou omita partes polêmicas da trajetória do astro, como as acusações de abuso infantil que culminaram no famoso julgamento de 2005. Michael foi absolvido, mas o tema continua sendo um divisor de opiniões até hoje.
Para críticos e fãs atentos, o ponto mais delicado será observar como os roteiristas decidiram tratar essas acusações. Mesmo com a absolvição judicial, o impacto na imagem pública do Rei do Pop foi profundo. O risco é que o longa escolha proteger o legado ao invés de expor os fatos com equilíbrio, o que pode comprometer a credibilidade da obra.
Enquanto isso, Jaafar Jackson segue focado em sua missão de interpretar um dos artistas mais emblemáticos da história. O ator enfrenta a frustração de saber que, apesar de seu empenho, pouco pode influenciar nas escolhas criativas do filme. Seu papel é brilhar na frente das câmeras — mas o que será mostrado ao mundo depende de decisões feitas muito acima dele.
O adiamento do lançamento reflete justamente a dificuldade em encontrar o tom certo. “Eles sabem que só têm uma chance e preferem atrasar o filme a correr o risco de entregar algo incompleto ou mal interpretado”, relatou a mesma fonte. A delicadeza do tema exige precisão, e os produtores preferiram o caminho da cautela.
A responsabilidade é grande para um ator em início de carreira. Jaafar não interpreta apenas uma lenda da música, ele revive um membro da própria família — um fardo e uma honra ao mesmo tempo. A entrega é visível em cada cena, e seus esforços não têm passado despercebidos pela equipe.
O sucesso ou fracasso do filme vai muito além de bilheteria. Michael será, para muitos, uma oportunidade de revisitar — e talvez reavaliar — a figura de um dos maiores artistas de todos os tempos.
Será que o longa conseguirá ser fiel à complexidade de Michael Jackson? A resposta chegará quando as luzes da sala de cinema se apagarem.