Rei compulsivo? A mentira que Martin Bashir contou sobre Michael Jackson
A cidade que nunca dorme já foi palco de inúmeros espetáculos, mas nenhum tão revelador quanto aquele ocorrido na Regis Galerie de Las Vegas, onde Michael Jackson, com sua já lendária discrição, costumava passear entre obras de arte e história. Era um visitante habitual, e sua presença era sempre marcada por um ritual quase sagrado: observar, conversar, refletir. Nada no comportamento de Michael era impulsivo — muito menos sua relação com a arte.
Segundo um dos proprietários da loja, Jackson frequentava o local como quem visita um templo. Ele conversava longamente sobre cada peça, buscava entender sua origem, sentia sua energia antes de decidir comprá-la. Muitas vezes, finalizava a visita com um jantar discreto.
Mas naquele dia específico, o clima era outro. O documentário Living with Michael Jackson, apresentado por Martin Bashir, exibia um Michael que muitos desconheciam — inquieto, distante, quase robótico. O dono da loja notou imediatamente: Michael estava desconfortável, fora de seu estado natural.
O que o documentário omitiu foi justamente o que mais revelava: a presença invasiva e manipuladora de Bashir, que alterava a essência dos encontros para servir a uma narrativa já escrita. A câmera captava imagens frias, calculadas. A emoção, que costumava ser a marca das visitas de Michael à galeria, havia desaparecido.
Chateado, ferido em sua dignidade, Michael devolveu todas as obras adquiridas naquele dia. Esse gesto não ganhou manchetes, tampouco entrou no corte final do documentário.