Era o início dos anos 90. Dois dos maiores nomes da cultura mundial estavam prestes a dividir o mesmo palco — ou melhor, o mesmo set de gravação. Michael Jackson, o incomparável Rei do Pop, e Michael Jordan, o gigante das quadras de basquete, se uniram para gravar o videoclipe da música Jam.
O encontro foi dirigido por David Kellogg, que mais tarde descreveria aquele momento como algo mágico: “Eles realmente gostavam um do outro, e você podia ver isso”.
O ambiente das gravações era leve, quase infantil. Enquanto Jordan mantinha a postura de atleta focado, Jackson trazia ao set sua energia brincalhona e imprevisível. Balões de água, pistolas de brinquedo e carrinhos de controle remoto não eram exatamente o que se espera de uma superprodução — mas estavam lá. Jackson transformava cada pausa em um momento de diversão. Era o seu jeito de criar, e Jordan, mesmo surpreso, entrou na brincadeira.
A cena tinha um contraste curioso: Jackson era um gênio da dança, mas um desastre no basquete. Jordan, por outro lado, parecia sobre-humano com a bola, mas completamente perdido nos passos de dança. Kellogg relembra com bom humor: “Michael Jackson era apenas um jogador ruim de basquete, e Michael Jordan simplesmente não conseguia acompanhar Michael Jackson na dança”. Aquilo que poderia ser motivo de tensão, virou motivo de risada. E a amizade floresceu ali.
Apesar das diferenças, havia algo que os unia profundamente. Ambos dominavam seus corpos como ninguém. Jordan fazia da precisão atlética sua arte. Jackson, com movimentos que pareciam desafiar a gravidade, encantava milhões. Eles não apenas executavam bem o que faziam — eles redefiniam o que era possível. Quando estavam em ação, pareciam de outro planeta.
O videoclipe de Jam não foi só um registro musical. Tornou-se um símbolo da união de dois mundos que, em essência, falavam a mesma língua: a da excelência. A troca de olhares, os risos espontâneos, os erros e acertos — tudo aquilo virou parte do encanto. O respeito mútuo era visível. E a admiração, genuína.
Trinta anos depois, Jam permanece como um lembrete poderoso: mesmo lendas têm suas limitações — e é exatamente isso que as torna humanas. Quando gigantes como Jackson e Jordan se encontram, não há competição. Há reconhecimento. Há alegria. E há história sendo feita.