O documentário “TMZ Investigates: Who Really Killed Michael Jackson”, lançado em junho de 2025, levanta uma pergunta legítima, mas entrega uma resposta conveniente: Michael Jackson teria sido o principal culpado por sua própria morte. O problema? Isso não é jornalismo investigativo — é uma tentativa de limpar a barra de Conrad Murray, o único condenado pelo homicídio culposo de Michael, e redirecionar a culpa para alguém que não pode mais se defender.
🧠 A estratégia é clara:
- Demonizar Michael como “manipulador”;
- Retratar Murray como “vítima do sistema”;
- E deslocar o foco para Arnold Klein, que está morto desde 2015 — ou seja, não pode responder às acusações.
⚖️ Mas os fatos continuam sendo fatos:
- Conrad Murray aplicou propofol em um ambiente doméstico, sem equipamentos de emergência, nem licença para uso fora do hospital. Isso é crime.
- Murray admitiu que deixou Michael sozinho após a administração da substância. Isso é negligência.
- A alegação de que Michael se automedicou, como sugerido por Murray e reforçado no documentário, não é sustentada por provas forenses. Nenhum resíduo de propofol foi encontrado no cérebro justamente por administração rápida, que poderia ter vindo de qualquer pessoa.
🧪 O documentário mistura verdade com conveniência:
Sim, Michael vinha enfrentando dificuldades sérias com medicamentos controlados, especialmente após décadas dores crônicas e tratamentos. Sim, houve permissividade médica ao longo de sua vida. Mas isso não exime a responsabilidade de quem estava ao lado dele no momento da morte — e muito menos transforma Murray em mártir.
💵 A grande omissão: o sistema que lucrou com tudo
O documentário toca de leve na AEG e no colapso físico e emocional que Michael enfrentava antes da turnê This Is It. Mas ignora os e-mails internos com frases como:
“Ele está um caco emocional. Vamos seguir com o anúncio assim mesmo.”
Ou ainda:
“Se ele não aprovar, fazemos sem ele. Ele estará preso ao contrato de qualquer forma.”
🧯 A responsabilidade é coletiva — mas não se dilui no vazio:
- Médicos como Metzger, Hoefflin e Klein têm responsabilidade moral e ética.
- AEG foi negligente ao ignorar sinais claros de exaustão.
- Mas quem administrou a dose final de um anestésico hospitalar, em casa, sem suporte adequado, foi Conrad Murray. E isso é indiscutível.
📌 Em vez de responder “quem matou Michael Jackson?”, a TMZ parece perguntar:
“Como podemos tirar o foco de Conrad Murray e suavizar os danos?”
A resposta da MJ Beats é simples:
Quem matou Michael Jackson foi um sistema podre. Mas foi Conrad Murray quem o matou naquele dia. E o resto é cortina de fumaça.