Em 1983, a Pepsi selou um dos maiores contratos publicitários da história da música. Michael Jackson, no auge de sua carreira, tornou-se o rosto da marca, protagonizando comerciais que atravessaram fronteiras e redefiniram a relação entre artistas e patrocinadores. O acordo milionário era visto como uma parceria perfeita: a Pepsi ganhava a juventude e a modernidade de Jackson, enquanto o cantor ampliava ainda mais seu alcance global.
Mas o que parecia um capítulo de glória acabou se transformando em um marco trágico. Em 27 de janeiro de 1984, durante a gravação de um comercial em Los Angeles, um erro técnico provocou a faísca que mudaria tudo. Os fogos de artifício explodiram antes do tempo, incendiando o cabelo de Michael Jackson. O cantor, em segundos, sofreu queimaduras de segundo e terceiro grau no couro cabeludo.
O acidente foi inicialmente tratado como um episódio controlado. Jackson, com profissionalismo e frieza, tentou continuar a gravação. Porém, por trás dos bastidores, começava uma batalha invisível. Para aliviar a dor das queimaduras, os médicos prescreveram analgésicos potentes. A partir daquele momento, Michael iniciou uma dependência que o acompanharia por toda a vida.
Ao longo dos anos, o que começou como tratamento para uma dor real se transformou em um vício silencioso. Cada apresentação, cada ensaio, cada turnê trazia novas dores físicas — e, com elas, doses cada vez maiores de medicamentos. O acidente da Pepsi não foi apenas um contratempo no auge da fama; foi o ponto de partida de uma relação devastadora entre Michael e os remédios que controlavam seu corpo e mente.
A imagem pública do Rei do Pop continuava intocável: videoclipes revolucionários, recordes de vendas e shows lotados em todo o mundo. Mas, em paralelo, a luta contra os analgésicos tornava-se mais intensa. Médicos eram contratados para mantê-lo funcional, e a dependência crescia na mesma proporção que seu sucesso.
Em 25 de junho de 2009, o mundo parou diante da notícia: Michael Jackson havia morrido, vítima de intoxicação por propofol e benzodiazepínicos. O que muitos não sabiam é que a trilha dessa tragédia começara décadas antes, com aquele contrato brilhante da Pepsi e o incêndio que ninguém previu.
O patrocínio milionário mudou o rumo da publicidade e da música, mas também selou um destino cruel. O acidente que deveria ser apenas um detalhe de bastidores transformou-se no estopim de uma história de dor, vício e perda. Michael Jackson conquistou o mundo, mas pagou um preço altíssimo: sua vida.




