Earth Song: O manifesto ambiental de Michael Jackson | MJ Beats
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Earth Song: O manifesto ambiental de Michael Jackson

No dia 27 de novembro de 1995, a Europa testemunhou algo que ultrapassava o entretenimento. Michael Jackson lançou o videoclipe de “Earth Song”, não como uma peça promocional, mas como um alerta urgente. Não era apenas música; era um chamado. Um gesto artístico que transformou uma canção em protesto global.

Sob a direção de Nick Brandt, o clipe percorre cenários devastados ao redor do mundo. Da Amazônia ferida às planícies da Tanzânia, a câmera registra um planeta em agonia. Ao contrário da maioria dos trabalhos de Michael, “Earth Song” não depende de coreografia, passos marcantes ou do famoso moonwalk. O clipe aposta em algo muito mais poderoso: o impacto da verdade crua. O artista aparece como testemunha, não como protagonista, deixando o planeta ocupar o centro da narrativa.

A repercussão foi imediata. Enquanto os EUA optaram por não receber o single físico, a Europa o abraçou com força. O público não apenas consumiu a música; ele se conectou com a mensagem. Resultado: o single se transformou em um dos maiores triunfos internacionais de Michael Jackson, especialmente no Reino Unido.

No território britânico, o desempenho foi impressionante. “Earth Song” se tornou o single mais vendido de Michael Jackson no Reino Unido, superando até o clássico “Billie Jean”. Uma conquista surpreendente para uma faixa de protesto, que não seguia nenhuma fórmula comercial da época.

Além do sucesso nas paradas, o videoclipe estabeleceu um diálogo que atravessou décadas. O tema ambiental, que muitos tratavam como secundário, ganhou voz através da música pop. Michael Jackson conseguiu transformar preocupação em espetáculo, e espetáculo em consciência.

Hoje, tantos anos depois, a força de “Earth Song” permanece intacta. Sua mensagem continua atual e incômoda, lembrando que a arte não precisa apenas entreter, ela pode denunciar, inspirar e mudar. E Michael Jackson provou que um videoclipe pode ser muito mais do que imagens sincronizadas à música: pode ser um grito que ecoa até hoje.