A história de “Cheater” começa nos bastidores das sessões de gravação de Bad, quando Michael Jackson e Greg Phillinganes criaram uma faixa que carregava a energia pulsante daquele período criativo. Mesmo com seu potencial evidente, a música acabou ficando de fora do álbum, tornando-se uma daquelas joias escondidas que apenas décadas depois ganhariam novo fôlego. Sua redescoberta viria em 2004, quando Michael decidiu incluí-la na coletânea “Michael Jackson: The Ultimate Collection”, reacendendo o interesse dos fãs pelo que poderia ter sido um grande momento da era Bad.

Inicialmente, “Cheater” estava destinada a ser lançada como single oficial, o que teria marcado um retorno estratégico de Michael às rádios com uma canção inédita e cheia de caráter. Nos bastidores da indústria, tudo parecia alinhado para que isso acontecesse. No entanto, por decisões internas nunca totalmente explicadas, o lançamento regular foi cancelado. Ainda assim, a gravadora manteve a intenção de expor a faixa ao público e autorizou a produção de um maxi single exclusivo para o Reino Unido, voltado especialmente para execuções em rádio.

A estratégia cresceu a partir daí. Para dar mais força à divulgação, um CD/Vinil promocional foi distribuído, contendo uma versão editada de “Cheater” feita sob medida para o rádio. Esse tipo de ação, comum quando se deseja medir a recepção de uma música antes de um lançamento maior, indicava que havia confiança no potencial da faixa. Críticos e curadores de rádio começaram a recebê-la como um “novo” material de Michael, mesmo que sua história real fosse mais antiga e escondida.

Para completar a campanha, a equipe de Michael produziu um vídeo promocional utilizando imagens de um dos registros mais celebrados da carreira do Rei do Pop: “The Dangerous Tour: Live in Bucharest”.