O diretor Bryan Michael Stoller abriu o baú de memórias e compartilhou um registro raro do Natal de 2002 em Neverland. O vídeo traz um Michael Jackson que raramente aparecia na TV: descontraído, com o humor afiado e claramente obcecado por tecnologia. A gravação ocorreu enquanto a dupla preparava a participação de MJ como “Agent MJ” no filme Miss Castaway & The Island Girls — uma produção que viraria item de colecionador (pelos motivos mais curiosos) após o lançamento em 2004.
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“Dê uma câmera para ele”: O lobby pela Panasonic
Esqueça a imagem do astro intocável. O que vemos é um Michael Jackson fascinado pela nova Panasonic DVX100 que Stoller levou para o rancho. O brinquedo novo empolgou tanto que MJ decidiu improvisar um comercial na esperança de ganhar um mimo da marca japonesa. Não é exagero, o áudio entrega tudo.
Enquanto Stoller provoca, dizendo “Diga Feliz Natal… diga para darem uma câmera de graça para ele” , Michael entra na brincadeira com aquele sorriso fácil e dispara sem roteiro:
“Só quero dizer, Panasonic, que acho vocês maravilhosos e sou seu maior fã. Feliz Natal e Deus abençoe vocês.”
Entre uma risada e outra, o bastidor revela o caos criativo típico de Neverland. Em um momento, Stoller alerta sobre um “balão de água” e pede para fechar a porta , enquanto tentam acertar o nome técnico do equipamento. Eles alternam entre DVX100 e “GVX-100”, com MJ concluindo que a pronúncia não importa, desde que a imagem “fique bonita” .
Nos testes para o filme, Michael encarna o personagem improvisando um “Agente MJ se apresentando” , repetindo a frase enquanto ajustam o enquadramento e fazem piadas sobre ser “apenas um teste” .
O contraste: A mensagem séria aos fãs
A mesma época também rendeu uma das mensagens natalinas mais conhecidas de MJ, direcionada ao público alemão. O contraste é gritante. Se com Stoller ele era o amigo que brincava com balões d’água e câmeras digitais, na mensagem oficial ele retoma a postura sóbria e humanitária.
Longe da descontração, Jackson pede empatia pelas crianças vulneráveis, lembrando que o Natal evidencia a escassez na vida de muitos:
“Para alguns, pode ser apenas um pequeno presente. Para alguns, pode ser uma refeição quente. Para alguns, pode ser uma família. Para alguns, pode ser apenas um pouco de amor.”
Esse “duplo Michael” de 2002 — o humorista de bastidor e o ativista global — cria um retrato preciso de quem ele era longe dos holofotes: alguém capaz de transitar entre a leveza de um filme B e a seriedade de causas sociais em questão de minutos.
A parceria com Stoller pode ter resultado em um filme de gosto duvidoso, mas nos deixou algo muito mais valioso: a prova de que, mesmo sob pressão, Michael nunca perdeu a capacidade de se divertir com as coisas simples — como tentar descolar uma câmera grátis no Natal.




