O legado de Michael Jackson vai muito além de recordes musicais e influência cultural. Em meio a décadas de exposição extrema, escândalos e crises financeiras, um aspecto fundamental de sua trajetória acabou sendo ofuscado: seu papel pioneiro na filantropia dentro da indústria do entretenimento. Jackson não apenas doou recursos, ele redefiniu o modo como artistas se envolvem com causas sociais.
Mesmo nos anos mais turbulentos de sua vida pessoal, o cantor manteve uma atuação ativa em ações humanitárias. Poucos lembram que ele foi um dos primeiros grandes artistas a se engajar publicamente na luta contra o HIV/AIDS, quando o tema ainda era cercado por medo e preconceito. Ao lado de aliados influentes, ajudou a levantar centenas de milhões de dólares destinados a crianças doentes, hospitais e fundos educacionais.
Sua atuação não se limitava a doações pontuais. O Rei do Pop buscava estruturas duradouras, como bolsas de estudo e iniciativas que incentivavam outros artistas a se envolverem. Ele entendia que a fama poderia ser usada como amplificador de causas, criando novos caminhos para arrecadação e conscientização dentro do entretenimento.
Esse compromisso ajudou a estabelecer um novo padrão de generosidade entre estrelas pop. Ao transformar causas sociais em pautas centrais de grandes projetos, Jackson mostrou que responsabilidade social não era obrigação, mas escolha. Uma escolha que inspirou gerações seguintes de artistas a olharem além de suas carreiras individuais.
O exemplo mais marcante desse espírito coletivo foi “We Are the World”, coescrita com Lionel Richie em 1985. A canção não apenas arrecadou fundos para combater a fome na África, como mudou para sempre a forma como músicos se organizam em prol de causas globais. Décadas depois, o impacto permanece como prova de que, para Michael Jackson, sucesso só fazia sentido quando compartilhado.




