Aos 35 anos, Riley Keough carrega uma responsabilidade imensa: honrar a memória de sua mãe, Lisa Marie Presley, uma mulher cuja vida foi marcada por momentos intensos de amor, dor e superação. Com o lançamento da autobiografia póstuma “From Here to the Great Unknown“, (ainda sem título em português).
Riley conclui um projeto que sua mãe começou antes de falecer em janeiro de 2023, aos 54 anos. Neta de Elvis Presley, Riley não apenas herda um nome lendário, mas também a missão de compartilhar uma história familiar repleta de desafios e triunfos.
Lisa Marie Presley, ao longo de sua vida, nunca teve receio de enfrentar a verdade, mesmo que isso significasse expor suas próprias vulnerabilidades. Ao escrever sobre temas profundamente pessoais, como seu relacionamento com o Rei do Pop, Michael Jackson, ela revelou nuances de uma vida sempre sob os holofotes.
Um dos capítulos mais aguardados do livro é intitulado “Mimi”, em referência a Michael Jackson, uma figura central na vida de Lisa Marie.
Nesse capítulo, ela aborda a complexidade de seu relacionamento com o astro, desnudando suas inseguranças, seus medos e o peso de ser a esposa de alguém que, como ela mesma, carregava um legado mundial.
Acompanhe o trecho:
Conheci Michael Jackson quando era criança, em Las Vegas. Eu devia ter uns seis anos. Meu pai se apresentava no hotel Hilton, enquanto os Jackson 5 tocavam em outro local na mesma rua. Michael se lembrava de eu ter ido ao camarim conhecê-los, mas, honestamente, eu não me recordo disso.
Na adolescência, por volta dos 15 ou 16 anos, Michael ligou para minha mãe convidando-a para jantar. Quando vi as mensagens, perguntei: “Mãe, o que está acontecendo? Por que Michael Jackson está te ligando?” Mais tarde, percebi que ele queria que eu fosse ao jantar com ela, mas não disse diretamente para não parecer insistente.
Anos depois, enquanto eu trabalhava com Jerry Schilling e seu assistente de representação, Jerry Lee Lewis, Michael tentou me contatar por meio de John Branca, um empresário que já havia trabalhado com o espólio de Elvis e ajudado Michael a comprar o catálogo dos Beatles. Naquela época, porém, eu estava prestes a me casar com Danny, então nada aconteceu. Michael me contou, mais tarde, que quando viu minha foto na capa da People com Danny, após o casamento, ficou arrasado. Ele sentia que deveria ser ele no lugar de Danny.
Eu não tinha a menor ideia de que tudo isso estava acontecendo. A primeira vez que realmente me lembro de ter encontrado Michael foi em 1993, logo após sua icônica performance no Super Bowl e a entrevista com Oprah. Fomos apresentados por um amigo em comum. Ele havia escutado uma demo que eu gravei e quis me conhecer. A princípio, relutei em ir. Não queria ser vista como o projeto musical de outra pessoa. Prince já havia demonstrado interesse em trabalhar comigo, mas, embora respeitasse o que ambos faziam, queria trilhar meu próprio caminho.
Mesmo assim, decidi ir. Quando Michael chegou, fiquei surpresa por ele ter vindo sozinho e mais ainda por sua gentileza e simpatia. Danny, que estava comigo, pediu para todos deixarem a sala, para que Michael e eu pudéssemos conversar em particular. Foi uma conexão imediata. Trocamos números de telefone, e ele prometeu me ligar. Na época, eu vivia em Clearwater, focada na minha evolução dentro da cientologia. Estava tão envolvida que nem precisaria tomar algo como Advil, o que era surpreendente (o tema do medicamento Advil parece ter sido mencionado em capítulos anteriores, e aqui essa frase soa desconexa).
Michael e eu combinamos um sinal para as chamadas: se o telefone tocasse três vezes e parasse, era ele, e eu deveria parar tudo para atender. Passamos horas conversando. Eu acreditava que ele era uma pessoa solitária, em busca de companhia, mas, na verdade, ele estava me conquistando…