Em 15 de outubro de 2006, Michael Jackson estava na Irlanda, nos estúdios Grouse Lodge, ao lado do produtor will.i.am, em uma tentativa de retornar aos holofotes da música. O projeto? Celebrar os 25 anos do álbum mais vendido da história: Thriller. Era um momento marcante — fazia quase sete anos desde o lançamento de Invincible. A expectativa era alta, mas, desde o início, Jackson deixou claro que teria a palavra final. Ele queria um tributo que estivesse à altura do impacto que Thriller causou no mundo, e não apenas uma compilação montada pela gravadora.
A Proposta Que Não Convenceu
A Sony havia preparado um pacote especial para o relançamento do álbum. Além das faixas clássicas, queria incluir músicas inéditas da época de gravação do Thriller como Hot Street, She’s Trouble e Nightline. Para completar, o DVD traria cenas de bastidores do icônico curta Thriller e a apresentação ao vivo de Billie Jean no Motown 25. Soava como um presente para os fãs — mas não agradou a Michael Jackson. Para ele, o material proposto não representava a essência criativa e artística do que Thriller significava.
A Recusa Que Mudou o Álbum
Foi nesse momento que Michael Jackson recusou a proposta original da Sony. Segundo o primeiro episódio da série documental GENIUS, do fã clube francês MJ Street, Michael foi direto: não queria um produto genérico ou comercial demais. A recusa foi surpreendente até mesmo para os executivos da gravadora. Jackson exigia algo que mantivesse o padrão de qualidade que ele sempre defendeu, mesmo em um projeto comemorativo.
GENIUS: O Documentário Que Revela Tudo
A série documental GENIUS se tornou uma fonte essencial para entender o que realmente aconteceu por trás dos bastidores do Thriller 25. Com relatos de envolvidos no processo, a série expõe os bastidores com um olhar raro e detalhado. O episódio revela que, mesmo diante da pressão, Michael manteve sua visão. Ele acreditava que a história de Thriller não deveria ser reescrita ou alterada para atender interesses comerciais.
Thriller 25: O Que Quase Foi
A lista de faixas que quase chegou ao mercado incluía músicas pouco conhecidas do grande público, como Hot Street e Nightline. Mas, para Jackson, essas faixas não haviam sido incluídas originalmente por uma razão, e forçá-las agora seria como alterar o DNA do álbum. Seu perfeccionismo era inegociável, mesmo em um projeto que visava celebrar seu legado. No final, Michael autorizou a inclusão de apenas duas faixas inéditas: For All Time, escrita na Era Thriller e finalizada apenas anos depois, durante as sessões do álbum Dangerous; e Got the Hots, que ele liberou exclusivamente como um presente bônus para a versão japonesa do álbum — um gesto de carinho para seus fãs mais leais. O lançamento final ainda trouxe remixes modernos e colaborações aprovadas por ele, como as feitas com Akon, will.i.am e Fergie.
Thriller 40
Em 2022, uma nova edição do emblemático álbum “Thriller” foi lançada, batizada de “Thriller 40“, e veio em dois discos. O primeiro continha o álbum original, permitindo que os ouvintes se imergissem nas faixas clássicas que marcaram uma era na música pop.
No entanto, o grande destaque estava no segundo disco, que reservava surpresas especiais para os fãs dedicados. Entre essas surpresas estavam faixas inéditas, como “Who Do You Know“, que proporcionava uma visão fascinante do processo criativo de Michael Jackson.