Em 03 de setembro de 1980, os irmãos Jackson receberam uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood, marcando oficialmente seu impacto na música contemporânea. A homenagem foi realizada pela Hollywood Chamber of Commerce (Câmara do Comércio de Hollywood) e está localizada na 1500 Vine Street, na categoria Recording (Gravação).

O reconhecimento vinha em um momento de transição. Depois de dominarem os anos 70 como Jackson 5 na Motown, os irmãos haviam mudado para a Epic Records em 1975. A Motown manteve os direitos sobre o nome “Jackson 5”, e foi por isso que a nova fase passou a ser chamada de The Jacksons. Nessa etapa, eles assumiram maior controle criativo sobre a própria música, compondo e produzindo grande parte dos álbuns.
Quando a estrela foi inaugurada, o grupo havia lançado recentemente o álbum “Destiny” (1978), que trouxe o sucesso mundial “Shake Your Body (Down to the Ground)” — escrito por Michael e Randy — e que consolidou os Jacksons como mais que um produto da Motown: agora eram autores de sua própria obra. Em 1980, eles já se preparavam para lançar “Triumph”, disco que chegaria às lojas semanas depois, em outubro, com o hit “Can You Feel It”.
Outro detalhe importante: a cerimônia incluiu Jermaine, que não havia participado da transição para a Epic por estar casado com Hazel Gordy, filha de Berry Gordy (fundador da Motown). Embora tivesse seguido carreira solo, a estrela foi creditada a todos os irmãos, em reconhecimento à formação original que havia revolucionado a música pop como Jackson 5.
O brilho solo de Off The Wall no mesmo dia
Na mesma data em que os Jacksons receberam sua estrela coletiva, Michael Jackson foi homenageado individualmente pela Hollywood Chamber of Commerce com uma placa especial pelo sucesso de Off the Wall. O álbum havia se tornado o primeiro trabalho solo a colocar quatro singles no Top 10 da Billboard — Don’t Stop ’Til You Get Enough, Rock With You, Off the Wall e She’s Out of My Life.

O contraste era simbólico: enquanto a família era eternizada como grupo na Vine Street, Michael já consolidava seu espaço como artista solo de peso, com vendas entre 20 e 30 milhões de cópias, um Grammy e três American Music Awards. Era a prova de que, ainda que o coletivo brilhasse, o sol de Michael já começava a iluminar sozinho.
Quatro anos depois, em 1984, seria a vez de Michael Jackson receber sua própria estrela na Calçada da Fama, em frente ao Grauman’s Chinese Theatre. Mas, em 1980, o brilho foi duplo: coletivo e individual, eternizando o legado da família e revelando que o futuro da música pop já tinha dono.




