Michael Jackson no Brasil: O show do MegaStar | MJ Beats
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Michael Jackson no Brasil: O show do MegaStar

Um show de luzes, efeitos visuais e de asas para ninguém botar defeito. Só ficou faltando uma meia dúzia de canções a mais.

Na noite de ontem Michael Jackson se apresentou como devia nos dois shows em São Paulo. Os cerca de 150 mil pessoas que estiveram no estádio do Morumbi, na sexta (15) e domingo (17), mereceram assistir (14). O delírio foi generalizado. A multidão nem pestanejava durante os primeiros minutos dos shows, apenas olhava extasiada para o palco, esperando o que viria. Quando as luzes se sobem, aí sim, mãos ao alto e gritos de delírio.

O show começou pontualmente, às 21h20, e durou cerca de 1h50. Um espetáculo milimetricamente ensaiado, ao abuso das luzes e dos sons. Na cabeça das 150 mil pessoas um nome no palco, a plateia esquentada por uma seleção de músicas dos Beatles. Detalhe, a maior parte do público arrasando em direitos autorais das crias dos quatro garotos de Liverpool. Minutos depois, uma voz metálica e a pitada infantil dos Beatles já anunciava: “Dangerous” – o MegaStar estava em cena.

Com o tema de “Dangerous” surgindo no vídeo – uma sequência de imagens que lembrava “Carmina Burana” e o letreiro piscando “Dangerous” – o MegaStar apareceu do meio do palco, numa simulação de truque militar estilizado. Michael cantou e pulou muito, a plateia foi ao delírio. A sequência foi aberta com o sucesso “Dangerous”. Depois o público foi à loucura de novo com o início de “Wanna Be Startin’ Somethin’”, outra canção de balanço funk. Os interlúdios eram feitos com solos de guitarra, as marcações de Jackson, o break e o moonwalk — tudo isso num só show.

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Michael Jackson duranet show da Dangerous World Tour em São Paulo, 17 de Outubro de 1993

Entre as músicas, “Human Nature”, um dos maiores sucessos do álbum “Thriller”. Sincronismo cronometrado com as coreografias. Em seguida, Michael desapareceu do palco para surgir voando.
O público delirou novamente. O show prosseguiu com “Smooth Criminal”, “Thriller” e “Billie Jean”, que veio com o famoso passo moonwalk e a iluminação feérica do palco.

Em “Beat It”, o delírio por todos os lados, o público pulava e gritava. Era a festa no estádio. Michael encerrou com “Black or White”, acompanhado por fogos, canhões de luz e imagens projetadas no telão, encerrando com o símbolo da paz.

Mas o melhor do “Dangerous” ainda está por conhecer. Ele relembrou do Jackson 5 tocando “I want you back” e “I’ll be there” — com a participação especial da cantora Juliana Pires fazendo as vezes do coral infantil.

Depois, após breves instantes interativos com o público, o show terminou ao som de “Man in the Mirror”, seguido de “Heal the World”.

No bis de “Black or White” e “Jam”, Michael voltou ao palco, agradeceu emocionado e desapareceu envolto em fumaça e aplausos.

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Durante a performance explosiva de “Black or White”, nos shows da Dangerous World Tour em São Paulo, Michael Jackson dividiu o palco com a guitarrista Becky Barksdale

O público, exausto e emocionado, sabia que tinha assistido a algo histórico. Foi uma catarse coletiva. O rei do pop estava ali, diante de 150 mil corações pulsando no mesmo ritmo.

Antes de chegar a São Paulo, vindo de Buenos Aires, e após passagem pelo Chile, Michael havia cruzado metade do planeta, vindo de Moscou, onde, em 1993, Rússia inteira se rendeu a ele.

O ídolo norte-americano desembarcou no Brasil cercado de seguranças e fãs histéricas. Por onde passava, multidões se formavam. Nos portões do hotel Maksoud Plaza, jovens acamparam por dias à espera de um aceno. Michael aparecia nas janelas, e o delírio era total.

No Morumbi, o público começou a chegar por volta das 14 horas. Às 18, já não havia lugar nem para respirar. Michael subiu ao palco pouco depois das 21 horas.
Durante quase duas horas, o rei do pop mostrou porque é o maior astro musical do planeta. Coreografias impecáveis, voz firme e presença cênica avassaladora.

O som falhou? Valeu?

A noite de 15 de outubro, foi a noite brilhante no Playcenter, especialmente criada em homenagem às crianças que fizeram parte do espetáculo, filhos dos funcionários do parque.

Michael, 35 anos de idade, é detentor de um recorde impressionante: mais de 100 milhões de discos vendidos em todo o mundo.

O público correspondeu. O som, no entanto, deixou a desejar em certos momentos. Falhas técnicas impediram que algumas canções fossem ouvidas com clareza, o que provocou reclamações nas arquibancadas.

Mas nada disso ofuscou o brilho da apresentação.

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Michael Jackson duranet show da Dangerous World Tour em São Paulo, 15 de Outubro de 1993

No domingo, 17 de outubro, foi a vez do segundo show. A mesma emoção, o mesmo delírio, o mesmo impacto.

Caetano Veloso, Gilberto Gil, Elba Ramalho, Fábio Jr., Guilherme Arantes, Kiko Zambianchi, Xuxa, Sérgio Reis, Cazuza, entre outros, disseram presente.

Michael não falou ao público durante o show, apenas acenou e sorriu. Mesmo assim, o público respondeu com lágrimas e aplausos.

Na noite de domingo, sob o céu estrelado de São Paulo, Michael provou que ainda é o dono do trono.
Assista aos shows e entenda por que ele é chamado de “rei do pop”.
Mesmo com falhas de som, valeu pelo show das luzes e emoção.

(Arquivo do acervo de Rodrigo Teaser)