WMA 2006: a noite em que Michael Jackson lembrou ao mundo que Rei não perde majestade | MJ Beats
Michael Jackson levanta seu prêmio Chopard Diamond Award, no WMA de 2006.

WMA 2006: a noite em que Michael Jackson lembrou ao mundo que Rei não perde majestade

O World Music Awards de 2006 costuma aparecer nas manchetes pelos motivos errados. Mas, quando a gente revisita os fatos com cuidado, o quadro muda: o que vemos é Michael Jackson sendo celebrado em Londres com uma intensidade que poucos artistas já experimentaram. Era o retorno a um palco europeu, um prêmio histórico e uma plateia que parecia um mar elétrico só de ouvir seu nome.

O Diamond Award e a semana das homenagens

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Naquela noite, Michael recebeu o Chopard Diamond Award, dedicado apenas a artistas que ultrapassaram 100 milhões de álbuns vendidos. Thriller, sozinho, já tinha superado os 104 milhões. Era a validação global de um legado que nenhuma narrativa negativa conseguiria apagar.

E a celebração não parou por aí. No mesmo período do evento, Michael também recebeu uma placa oficial do Guinness World Records, reforçando sua posição como o artista mais premiado e Thriller como o álbum mais vendido da história. A foto da entrega circulou no mundo todo: Michael sorrindo, segurando a placa com aquele ar discreto de quem sabe que acabou de quebrar mais um recorde.

Para um artista que havia passado os dois anos anteriores sob cerco midiático, ser reconhecido simultaneamente pelo WMA e pelo Guinness foi um golpe de luz em plena tempestade.

A fofoca sobre quem entregaria o prêmio

Nos bastidores, corria a história de que havia uma disputa para entregar o Diamond Award. A imprensa transformou isso numa briga de egos entre Beyoncé e Paris Hilton. A verdade é mais elegante: Paris estava apenas na área VIP. O nome que realmente importava era Beyoncé, que fez questão de participar do momento.

Entregar um prêmio dessa magnitude para Michael era um gesto simbólico – e Beyoncé entendeu isso. Ela subiu ao palco com admiração verdadeira e disse a frase que entrou para a memória coletiva:
“Se não fosse por Michael Jackson, eu nunca teria me apresentado.”

Se existia uma “disputa”, era por admiração, não por vaidade.

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O público em transe: energia que a transmissão não mostrou

O Earl Court estava lotado. A produção se enrolou em atrasos e refilmagens, mas nada disso diminuiu o clima. Cada pausa era acompanhada de gritos que tomavam a arena inteira: “Michael, Michael, Michael”.

É impossível exagerar isso. Quem estava lá descreve como um momento quase espiritual. Não era nostalgia. Era reconhecimento vivo.

Quando Michael surgiu pela lateral do palco, o som que veio da plateia pareceu deslocar o ar. Ele agradeceu, citou os filhos e fez um pequeno passo de dança que levou os fãs ao delírio. A TV cortou boa parte desse calor, mas quem viveu aquela noite nunca esqueceu.

A falsa queda de som: o mito que virou manchete

A participação dele em “We Are The World” se transformou em uma das narrativas mais distorcidas daquela semana. A versão popular dizia que Michael havia “perdido a voz” ou que o microfone falhou.

Mas a verdade é outra: a transmissão cortou parte dos vocais.

Existe vídeo bruto confirmando que Michael cantou as quatro linhas. A arena ouviu. Só que a edição oficial reduziu sua voz na mixagem. Não foi falha ao vivo. Não foi problema técnico dele. Foi edição.

E esse detalhe muda tudo. O que o público dos bastidores viveu foi um artista emocionado, presente e ovacionado. O que a TV mostrou foi uma versão higienizada que acabou alimentando fofocas.

O legado real daquela noite

Quando juntamos as peças – o Diamond Award, a placa do Guinness, o discurso emocionado de Beyoncé, a arena em êxtase, o canto em “We Are The World” registrado porém editado – o WMA 2006 deixa de parecer uma noite “problemática” e passa a ser aquilo que realmente foi:
uma celebração monumental do impacto histórico de Michael Jackson.

Em Londres, naquela semana, dois organismos globais decidiram prestar homenagem ao mesmo homem.
O público abraçou.
A indústria observou.
A história registrou.

E Michael Jackson mostrou, sem esforço, por que seu nome continua sendo referência absoluta.