Michael Jackson não tocava instrumentos… e por isso era mais genial | MJ Beats
Michael Jackson não tocava instrumentos… e por isso era mais genial | Michael Jackson nao tocava instrumentos… e por isso era mais genial MJ BEATS scaled

Michael Jackson não tocava instrumentos… e por isso era mais genial

Michael Jackson incomodava muita gente no meio musical por um motivo simples. Ele criava hits gigantescos sem precisar sentar ao piano, estudar escalas ou carregar um violão para todo canto. Alguns músicos torciam o nariz, como se a genialidade tivesse de seguir uma regra. Só que Michael rompeu todas elas. Ele não dependia de instrumentos porque ele próprio era o instrumento. Sua mente funcionava como uma fábrica de melodias, arranjos e ritmos que surgiam completos, prontos, quase como se fossem baixados de algum lugar invisível.

Essa escolha pela liberdade não foi um acidente. Ao não se fixar em teclas, trastes ou partituras, Michael se livrou do limite físico que qualquer instrumento impõe. Ele podia imaginar cordas que nenhum violinista ousaria tocar ou batidas que nenhum baterista sequer tentaria no primeiro take. Sua música nascia antes da técnica. Nascia na imaginação, crua, forte, pura. E só depois ganhava forma nas mãos de quem estivesse ali para ajudar a traduzir o que ele já tinha enxergado.

Michael sabia que existia um perigo comum em estúdios: o ego. O famoso “músico gigante” que entra para gravar, mas decide brilhar sozinho. É o tipo que coloca um solo exagerado onde não precisa ou cria uma linha bonita, mas inútil para a música. Michael identificava esse comportamento imediatamente. E, para ele, isso era um veneno. A música vinha antes de qualquer vaidade. Se o músico não entendesse isso, não ficava.

Produtores experientes tinham até uma piada pronta para esses casos. Quando alguém começava a tocar só para aparecer, alguém soltava: “Caramba, ele vai para a capa da Guitar Player”. Michael não tinha paciência para esse tipo de energia. Ele queria músicos que servissem à visão, não ao próprio currículo. Ele buscava precisão emocional, humildade artística e sensibilidade absoluta. Estava cercado dos melhores, mas só os que realmente compreendiam sua mentalidade permaneciam.

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Os gigantes do som estavam sempre à disposição dele. Guitarristas lendários, pianistas técnicos, bateristas de elite. Mas muitos sucumbiam justamente porque não conseguiam escapar da própria vaidade. Michael só mantinha por perto quem conseguia transcender o instrumento, quem entendia que não estava ali para demonstrar habilidade, e sim para contribuir para algo maior. Para ele, a música era um organismo vivo. Quem não entendia isso, não sobrevivia a uma tarde com ele no estúdio.

Quando alguém chegava ao estúdio com energia errada, Michael não perdia tempo tentando consertar. Ele apenas agradecia, fechava a porta e seguia em frente. Muitos músicos lembram até hoje da cena: viam apenas a nuca dele enquanto ele saía da sala, deixando para trás alguém que não estava pronto para aquela responsabilidade. Trabalhar com Michael não era glamour. Era disciplina, sensibilidade e compromisso com uma visão desse tamanho: criar algo que sobrevivesse ao tempo.

E, no fim, é impossível discutir composição musical sem admitir uma verdade desconfortável. Michael Jackson fazia música com uma clareza que não dependia de técnica, partitura ou instrumento. Ele batia ritmos no peito, gravava beatbox como guia, imaginava arranjos completos, cantava cada linha, cada baixo, cada harmonia. Ele não tocava instrumentos tradicionais porque sua cabeça era o maior instrumento já colocado diante do pop.

E talvez justamente por isso tenha criado clássicos que muitos músicos, após décadas de estudo, nunca conseguiram chegar perto de compor.