29 de novembro de 1982 marca o início de uma curiosa e fascinante tradição: o aniversário duplo de Thriller. Poucos álbuns carregam tanta história, tanta discussão e tanta força cultural a ponto de ganharem duas datas de celebração. Mas Thriller não é um álbum comum, e sua trajetória nunca foi simples.
Enquanto parte do mundo considera 29 de novembro como o verdadeiro nascimento do disco, o Espólio de Michael Jackson, junto com a indústria fonográfica americana, sustenta oficialmente o dia 30 de novembro como sua estreia. Essa divergência não nasce de teorias mirabolantes, e sim da própria bagunça burocrática da época, quando diferentes mercados trabalhavam com calendários e diretrizes próprias.
O resultado dessa controvérsia? Dois dias consecutivos de celebração para o álbum mais influente da história da música. Um fenômeno que, por si só, reforça a magnitude de Thriller. Afinal, quantos projetos culturais conseguem transformar uma discussão de datas em um evento global?

E quando se fala de Thriller, tudo ganha mais peso. É o disco que redefiniu videoclipes, que alterou as métricas da indústria, que abriu portas para artistas negros em canais como a MTV e que colocou Michael Jackson em um patamar inalcançável. Thriller não só dominou o mundo: ele o reorganizou.
Por isso, a verdade é simples: o álbum merece mesmo duas velas no bolo. Um para o que a indústria registra, outro para o que a cultura reconhece. E os dois para lembrar que, mais de quatro décadas depois, Thriller continua sendo um momento histórico que não envelhece.




